giovedì

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The One I Love - Greg Laswell

:: Saudades...


Saudades!

Sim... talvez... e porque não?...

Se o nosso sonho foi tão alto e forte

Que bem pensara vê-lo até à morte

Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer!

Para quê?...

Ah! como é vão!

Que tudo isso, Amor, nos não importe.

Se ele deixou beleza que conforte

Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,

Para mais doidamente me lembrar,

Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:

Quanto menos quisesse recordar

Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

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:: Roger Sonneland...


mercoledì

:: Silvia Bratanova...


:: Minuto de Sabedoria ou de Pensamento...



Uns escravos são comprados com dinheiro e outros com adulação.
A moeda empregada neste tráfico é o menos importante.
John Ruskin




:: Anke Merzbach...


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será numa noite
de escuro de cegos com venda
de silêncios de surdos e mudos
de toques de sabores e odores
de mãos de ver formas e texturas
na lenda dum sonho de aventuras
será ao sol queme saciarei das cores
do verde dos teus olhos de amêndoa
do trigo da tez da tua face morena
debruada ao abrigo do teu cabelo negro

será assim o nosso encontro
num sonho de uma noite de verão
Mateo
Escrever com luz em
Adouro-te!

martedì

:: Fala-se de Britta Steffen...

Olímpica. La nadadora alemana Britta Steffen se entrena para los Juegos Olímpicos de Pekín en Kumamoto, Japón.
Britta Steffen
Britta Steffen
Britta Steffen
Berlin Sport
Berlin Sport

:: La valquiria...

La Valquiria, del ciclo de El anillo del nibelungo, de Richard Wagner, en el Festival de Bayreuth, Alemania.

:: Fala-se de Patrick Swayze...

Patrick Swayze vuelve al trabajo tras su diagnóstico de cáncer de páncreas
Via 20 mintos.es

Ampliar fotoEl actor Patrick Swayze y su mujer, Lisa, en una imagen de marzo de 2005, en Beverly Hills.
El actor ha empezado a rodar los capítulos de 'The Beast' donde interpreta a un agente federal.
Es su primer trabajo después de que a principios de año le fuera diagnosticado un cáncer de páncreas.
Parece que Patrick Swayze responde bien al tratamiento aunque algunos medios dicen lo contrario.
Minuteca todo sobre:
Cáncer,
Patrick Swayze
El actor estadounidense Patrick Swayze ha comenzado a rodar los capítulos de The Beast, su primer trabajo frente las cámaras desde que
a principios de este año le fue diagnosticado de cáncer de páncreas.
Su batalla contra el cáncer todavía no ha terminado
Según informa hoy la edición digital de la revista People, el protagonista de Dirty Dancing parecía sano y saludable en el set de rodaje de esta nueva serie de la A&E TV, donde el actor, de 55 años, interpreta el papel protagonista de un agente del FBI.
The Beast, cuyo episodio piloto se rodó antes de que Swayze cayera enfermo, se está filmando en Chicago y se estrenará a principios del año que viene.
A pesar de que algunos periódicos sensacionalistas dicen lo contrario, el protagonista de Ghost y su médico han repetido en numerosas ocasiones que la situación no es de extrema gravedad y que el actor está respondiendo bien al tratamiento recibido en el centro médico de la Universidad de Stanford.
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Patrick Swayze recibe el apoyo de sus colegas en Hollywood
La irregular carrera de Patrick Swayze

lunedì

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:: Colin Christian Y Sas Christian...






Dios los cría y ellos se juntan. El talento atrae al talento.
Visita obligada la web del escultor Colin Christian y su mujer la pintora Sas Christian

:: Minuto de Sabedoria ou de Pensamento...


Para aqueles que são fortes, os desafios são a própria razão da existência.
Enfrentá-los não significa lutar contra a vida, mas sim aprender com ela.
Basta ter coragem para dar o primeiro passo e tudo irá conspirar a seu favor.

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Mas sob o peso dos narcisos floridos

Calou-se a terra,

E sob o peso dos frutos ressequidos

Do presente,

Calaram-se os meus sonhos perdidos.

Entre os canteiros cercados de buxo,

Enquanto subia e caía a água do repuxo,

Murmurei as palavras em que outrora

Para mim sempre existia

O gesto dum impulso.

Palavras que eu despi da sua literatura,

Para lhes dar a sua forma primitiva e pura,

De fórmulas de magia.

Docemente a sonhar entra a folhagem

A noite solitária e pura

Continuou distante e inatingível

Sem me deixar penetrar no seu segredo

E eu senti quebrar-se, cair desfeita,

A minha ânsia carregada de impossível,

Contra a sua harmonia perfeita.

Tomei nas minhas mãos a sombra escura

E embalei o silêncio nos meus ombros.

Tudo em minha volta estava vivo

Mas nada pôde acordar dos seus escombros

O meu grande êxtase perdido.

Só o vento passou e quente

E à sua volta todo o jardim cantou

E a água do tanque tremendo

Se maravilhou

Em círculos, longamente.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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27 - From the Heart.mp3 - X-Ray Dog

:: Pose Real...








Possui um lado majestoso inegável, como se pertencesse a uma classe à parte. Oriunda de uma nobre família escocesa do norte da Escócia, Tilda Swinton foi colega de turma da Princesa Diana, no prestigiado West Heath Girl’s School, tirando depois o curso de Ciências Políticas e Sociais em Cambridge. Cedo substituiria um destino marcado por uma incessante procura. “Provavelmente,
o meu destino seria casar com um duque”, diz, divertida, na nossa entrevista. Contudo, esse destino moldou-o ao longo de uma colaboração artística ao serviço do iluminado realizador Derek Jarman. “Ele mudou o rumo da minha vida.
”É também variada a paleta de estilos que acompanha a sua impressionante galeria de personagens. De Orlando a Vanilla Sky, de As Crónicas de Nárnia a Julia, podemos comprovar a feroz absorção que coloca em cada papel.


Na cerimónia de entrega dos Óscares, onde viu o seu trabalho reconhecido com o Óscar de Melhor Actriz Secundária em Michael Clayton.Hoje, Tilda Swinton continua a ser uma actriz verdadeiramente avant-garde.
Alta, inteligente e muito elegante, recebeu o Óscar pelo magnífico trabalho em Michael Clayton. Na altura, usou um longo e austero vestido negro de Lanvin, em nítido contraste com o sumptuoso traje dourado de Dior com que colheu o prémio BAFTA pelo mesmo filme.
Foi precisamente esse momento de glória e exposição mediática que a actriz de 47 anos escolheu para comunicar ao mundo a relação amorosa com Sandro Kopo, um jovem pintor neozelandês, de 29 anos, nascido na Alemanha, mantendo embora de uma forma platónica a proximidade com John Byrne, de 67 anos, o companheiro de quase 20 anos de vida e o pai dos gémeos Xavier e Honor, de nove. Para culminar a surpresa, garante que os três vivem felizes neste ménage à trois. “Somos todos bons amigos”, referiu numa entrevista na época.
Naquele final de manhã, na capital alemã, sorriu ao chegar para a entrevista marcada. Soberba, de saltos altos e com o intenso cabelo ruivo em forma de cornucópia, Tilda assumia uma figura quase irreal. Ao vivo, parecia ainda mais esguia do que nos filmes. E o seu olhar ainda mais verde.
Fala com um impecável sotaque british, embora seja capaz de trocá-lo pelo de uma americana de gema. Atenciosa, fala, ri e abraça cada frase com gestos discretos.
Os seus olhos são realmente muito verdes.
Essa é a cor natural?
Sim, a menos que esteja a usar lentes de contacto, o que às vezes acontece. Por exemplo, em Michael Clayton usei lentes de contacto azuis.
De facto, o seu olhar muda. Já agora, como vê essa personagem que lhe deu a primeira nomeação para um Óscar [que viria a ganhar]?
Apesar da fúria e ambição, acaba por tratar-se de uma mulher extremamente real…Sim, eu conheço várias. E até usam o mesmo corte de cabelo e a mesma roupa [risos]. Ela é uma mulher soldado. É assim que a vejo. Alistou-se numa corporação e a uma maneira de ser. De uma forma militar, está disposta a não pedir ajuda.


As Crónicas de Nárnia É importante para si ganhar
um Óscar?
Se quer que lhe diga, não sei bem responder. Não é propriamente o meu mundo. Ouço dizer que os Óscares são importantes para as pessoas. Eu fico contente por isso. Digamos que não produz um grande impacto na minha vida.
Mas terá no seu trabalho, certamente.Acha?
O que espero é que faça aumentar o preço do meu trabalho. Realmente, essa é a única forma de me ajudar. Ou então que alguns projectos menos sonantes em que participe possam obter mais dinheiro. Isso, sim, seria fantástico.
Já explicou aos seus filhos o que significa essa estatueta?
Não. Eles não fazem a menor ideia do que faço.
A sério? Não estará a protegê-los demasiado do seu mundo? Pelo menos dos filmes em que participa.
Mas eles não podem vê-los [risos].Bom, alguns podem, como Nárnia.Realmente, esse é o único que podem ver. O primeiro, pois este que agora aí vem, O Príncipe Caspian, já não podem. Percebe? Um dia destes viram quando fomos ao cinema e disseram que as pessoas falavam demasiado alto… Acho que são muito novos.


Filme Michael Clayton Onde é que vivem?
Vivemos no noroeste da Escócia, perto de Inverness. Infelizmente, na nossa pequena cidade não existe nenhum cinema. Por isso, temos de ir de carro e perder pelo menos meia hora para ver um filme.
Li algures que a Tilda descende de uma família escocesa muito antiga, é verdade?
Sim, é essa a lenda.Só que não é apenas uma lenda…Não é. Mas todos nós descendemos de grandes famílias. Nunca percebi porque é que existe tanta curiosidade. Todas as nossas famílias são antigas. A minha família tem uma situação relativamente rara, pois viveu sempre no mesmo local durante muito tempo.
Depois de tirar o seu curso de Ciências Políticas, era suposto seguir essa via?
Dada a minha origem, não era sequer suposto eu ir para Cambridge. Acho que o mesmo destino era casar com um duque. Mas como não me casei com um duque, todas as apostas foram canceladas… E fiquei livre muito cedo.
Qual é a sua razão para fazer o que faz, representar?
Eu fui muito mimada quando comecei a trabalhar com o Derek Jarman. Trabalhámos de uma forma bastante familiar. Percebi logo que era disso que eu gostava.


AristocráticaTilda Swinton faz parte de uma classe à parte de actores cuja presença só por si enche um ecrã. Majestosa, austera, a sua figura é quase irreal.
O que acha que define um homem de uma mulher em termos de representação?
Acha que o sexo é uma linha definidora?
Acho que isso é um mistério que continua por ser resolvido. Depois de ter passado grande parte do início da minha carreira com trabalhos em que não existia essa diferença entre homens e mulheres, Deus deu-me um par de gémeos [um rapaz e uma rapariga]. Logo nessa altura percebi que a diferença existia [risos]. Enquanto um só gosta de bater com coisas, o outro está interessado nas pessoas. [risos] Mas eu não disse qual era – o rapaz ou a rapariga… [risos]
É um processo que continua. É um laboratório em permanente experiência.
Mas considera que as mulheres têm as mesmas oportunidades do que os homens?
Por exemplo, Keira Knightley parece ter alguma dificuldade em sair dos papéis românticos. No entanto, não parece ser o seu caso.
Sabe, desde cedo evitei os papéis românticos e quando tinha a idade da Keira Knightley o que eu queria era ter 40 anos.
A sério?
A verdade é que passou sempre por papéis muito diversos.
Eu sei, tive muita, muita sorte. Parece que as pessoas estão mais interessadas em mulheres mais velhas, mas não é essa a minha experiência. Parece que no meu caso ainda não estão fartos de mim.

:: Fala-se : A Senhora que se Segue...









Na campanha eleitoral. Michelle Obama é a maior e melhor defensora do seu candidado e marido. Celébre, a apartir de agora, pela sua fraqueza, esta potencial primeira-dama tornou-se uma encarnações do sonho Americano...







Lançar-se na política quando se tem a responsabilidade de uma família é pura loucura”, desabafou em Julho do ano passado, em entrevista, Michelle Robinson, a Sr.ª Obama há 15 anos.Cortando na casaca do marido, a brilhante advogada de pernas bem torneadas era, naquela época, pródiga em remoques e inconfidências mais ou menos desfavoráveis ao marido:
“Ele dá puns na cama, ressona, e só pensa nele [...]. O Barack tem umas orelhas grandes mas um cérebro pequenino, esquece-se de guardar a manteiga no frigorífico e deixa as meias sujas espalhadas pela casa.
”Provocadora, a dama, em nome de um sentido de humor e do repto consumado, acabava de queimar a imagem do cônjuge nas colunas da revista Vanity Fair:
“O segredo de um casamento bem sucedido está numa certa dose de teatro”, explica Michelle, serena, “mas um único homem não consegue satisfazer todas as nossas fantasias [...]. Barack é apenas um homem, não é exactamente o Messias que vai resolver tudo.”


Em cima Michelle com o marido e Oprah Winfrey, apoiante da campanha. Em baixo com o marido.


Michelle Obama é um dos mais importantes motores da campanha do marido, Barack Obama.Oh! Mrs Robinson! Isto foi há um ano. Depois, a gazela de ébano – de saltos fica quase mais alta do que o marido, antigo basquetebolista – tornou-se consideravelmente sensata.
Michelle Obama nasceu no dia 17 de Janeiro de 1964. Há precisamente 44 anos.
O pai, falecido em 1990, era empregado da companhia das águas na câmara de Chicago e a mãe era assistente social. Viviam numa casa com duas assoalhadas, janelas protegidas dos ladrões por redes de arame, nos subúrbios pobres e agitados da capital do estado de Illinois.
Negra, muito trabalhadora, elemento do coro da fervorosa paróquia baptista do South Side – e já muito coquete! –, Michelle transpôs todos os níveis dos brancos: laureada da Young High School em 1981, licenciada em sociologia pela universidade de Princeton em 1985, doutorada em Direito (menção honrosa) pela Harvard Law School em 1988 (um ano antes do seu futuro marido), nomeada vice-presidente encarregada dos assuntos externos do centro hospitalar da Universidade de Chicago em 2005.
Michelle e Barack conheceram-se no Verão de 1988 quando estagiavam ambos na Sidley Austin, uma grande firma de advogados de Chicago. Foi na cafetaria que trocaram os primeiros olhares. Quando a relação se tornou mais séria, Michelle, prudente, pediu ao irmão, Craig, ex-basquetebolista profissional, que tirasse a pinta ao seu pretendente.
“O basquetebol de rua é um desporto em que a honra é muito importante”, conta Craig. “Não há árbitro, portanto, tudo depende da honestidade de cada um. O comportamento no terreno permite descobrir que tipo de pessoa se é.” De facto, Craig leva Barack para jogar. O teste terá sido conclusivo.
No dia 18 de Outubro de 1992, todo o coro do South Side canta no casamento. O casal instala-se em Kenwood, no South Side de Chicago. Barack e Michelle esperam sete anos antes de terem o seu primeiro bebé, uma menina, Malia. Em 2002 nasce Natasha, dita Sasha.Nesses anos a vida nem sempre era fácil. Ambos trabalhavam.
Barack lançou-se na política. Michelle deixa a firma de advogados para entrar na função pública. “Em determinada altura da minha vida acreditei poder encontrar em Barak a ajuda de que necessitava. Não é que ele não fosse atencioso para comigo, mas nunca estava lá! Então fiz colecção de amas e de babysitters e construí a minha própria comunidade.
“Barack”, explica ela, “não crescera junto do pai e a mãe corria mundo: casámos com noções bem diferentes sobre as necessidades dos filhos.” Cada um dava o que tinha.


Michelle com as filhas e Obama.

“Temos um compromisso”, insiste ainda hoje. “Agora, quando ele volta para casa, vai levar o lixo, põe a roupa a lavar e faz as camas porque as filhas precisam de o ver fazer isso e eu sei que também tenho necessidade de que ele o faça.” Nestas últimas semanas, Michelle Obama empenhou-se totalmente na campanha do marido. Inicialmente tinha encarado a hipótese de pedir uma licença sem vencimento (ganha 275 000 dólares por ano no seu emprego no centro hospitalar da Universidade de Chicago), mas diminuiu em 20 por cento as horas de trabalho. Deita-se às 21h30, para se manter em forma, e começa o dia às 4h30 a fazer passadeira.
“Não sou uma esposa perfeita como Nancy Reagan, que nunca dizia piadas sobre o marido em público”, reconhece. “Amo o Barack. Acho que ele é um dos homens mais brilhantes que alguma vez conheci. Mas também não é perfeito e não peço a ninguém que acredite que ele o seja.
Não preciso da bagagem da Hillary. A minha chega-me. Barack não vai ser um Presidente perfeito mas dirá sempre a verdade. Saberão sempre onde ele está e o que está a fazer!” Embora ela nunca mencione o casal Clinton, as tiradas de Michelle sobre a integridade do marido têm subentendido o óbvio contraste com o que Hillary conheceu.
“Quando me perguntam ‘Que espécie de primeira-dama vai ser a Michelle?’, tento ser honesta, com muito humor e aberta. O que vêem em mim durante a campanha é o que provavelmente serei na Casa Branca, porque é o que eu sou verdadeiramente.”Arrebatadora, numa recente entrevista na televisão, Michelle exclamava:
“Barack e eu fazemos o nosso melhor. Precisamos de uma grande mudança. Não há mais tempo a perder. O que eu quero para os meus filhos não é o mundo que hoje temos."
Via Revista Máxima

:: Carreiras - Uma Mulher na Liga...

Toca guitarra e com a sua formação musical chegou a dar aulas a crianças. É natural de Espinho, onde a tradição do voleibol atrai a grande maioria dos jovens. E não foi excepção. Andreia Couto adorava esta prática desportiva mas nunca foi uma atleta federada. Jogava apenas por lazer. “Éramos oito irmãos e tínhamos de encontrar coisas para nos entreter, senão a nossa mãe dava em doida”, recorda, entre gargalhadas. Mas o desporto sempre fez parte da sua vida. Talvez pelos feitos do irmão Fernando Couto, que a passos largos foi galgando terreno nos relvados nacionais e internacionais. “Toda a família, de uma certa forma, aprendeu a gostar de futebol vendo o Fernando a jogar”, comenta, com um inconfundível sotaque do Norte. Andreia Couto ia a todos os jogos em que o irmão participava. Chegou mesmo a viajar para Itália apenas para lhe dar apoio em partidas importantes. Mas entre todos os irmãos só os dois fizeram carreira no futebol.Na realidade, Andreia Couto sente dificuldade em ver-se dissociada do desporto. “O futebol é como… a paixão. No início estranha-se e depois entranha-se”, observa. “Não é só o gosto pela bola dentro de campo e do jogo. O futebol providencia uma espécie de condensação das características da sociedade moderna, que se traduz na própria competição em si, na alternância de vitórias e derrotas, numa necessidade de organização cada vez mais estruturada, numa exigência de resposta rápida”, explica.
Mas a número dois da Liga nunca imaginou que fosse chegar à posição em que se encontra hoje. “Tudo aconteceu fruto de sucessivas coincidências, mais ou menos felizes, dedicação e… estar no sítio certo na hora apropriada”, pensa, a olhar para trás.Direito foi a carreira que escolheu.
Não por tradição familiar, “mas através de uma sucessão natural de situações e oportunidades”. Fez a licenciatura em Direito na Universidade Portucalense e o estágio profissional. Quis mais. Tirou, então, uma pós-graduação em Direito Penal Económico e Europeu e outra em Direito do Desporto na Universidade Lusíada do Porto. E não pretende parar por aí. Acha a formação muito importante e já tem o mestrado no âmbito do Direito do Desporto debaixo de olho. Mas não gosta de fazer muitos planos.
“Quanto mais planeamos menos acontece o que queremos”, afirma.Andreia Couto chegou a trabalhar na área de contencioso do Banco Comercial Português e a exercer a actividade de jurista. Mas os últimos anos foram dedicados inteiramente ao futebol. Em 2002, surgiu um convite para integrar o corpo jurídico da Liga. Aceitou-o, e desde então é à LPFP que se dedica de corpo e alma. Começou pelo departamento jurídico que dava apoio à Comissão Disciplinar e Comissão Executiva. Em 2004, passou a dirigir o departamento de registo de contratos. Dois anos mais tarde, foi nomeada por Valentim Loureiro, então presidente da LPFP, para ocupar o posto de secretário-geral. Agora, desde que Hermínio Loureiro foi eleito presidente da LPFP, Andreia Couto foi convidada a ocupar o lugar de directora-executiva, cargo de enorme responsabilidade naquela entidade.


Dedicada, determinada, mesmo teimosa, Andreia Couto chegou alto no mundo do futebol profissional.

Passar do público para os centros de decisão e organização do futebol não foi complicado. Mas se nas bancadas o futebol é vivido no domínio do lazer, no trabalho, não há espaço para divertimento. Na sua actual função tem de acompanhar todos os procedimentos processuais, logísticos, administrativos e directivos do futebol. Nada deve acontecer na BWIN Liga e na Liga Vitalis que Andreia Couto não saiba, ou pelo menos que não lhe tenha sido dado conhecimento. E o desporto exige prontas respostas.

“Para isso é preciso uma preparação muito grande. Dediquei muito tempo e trabalho a isso”, sublinha.O cargo que desempenha exige um enorme esforço físico e psíquico. “A responsabilidade da decisão é pesada nesta área tão fascinante e complexa. É muito desgastante”, afirma.Ser mulher num universo tão masculino e exigente não a intimida. Andreia Couto não acredita que seja diferente de outros sectores. Mas reconhece que as exigências no futebol podem ser maiores. “Estamos sempre em causa. Não escondo que algumas mentes mais conservadoras suspeitam e criticam: ‘Se corre mal é porque é mulher…’”
A actual direcção da LPFP foi eleita a 10 de Agosto de 2006, tendo tomado posse a 2 de Outubro do mesmo ano. Para Andreia Couto, o trabalho ainda vai a meio, mas já é capaz de assinalar que este tem sido um período de mudança, de transformação e de adaptação a novas atitudes. O êxito é sempre o que pode haver de mais compensador seja qual for o trabalho que se desempenha.
“Nada sabe melhor que uma vitória. Para a Liga, ganhar é ser mais profissional e conseguir andar em frente com reformas estruturantes”, observa. Mas estas reformas não podem ser rápidas nem radicais, sob o risco de fazer morrer a modalidade. “Para fazer vingar as coisas, é preciso ir devagar e ter atenção de adaptar todas as novidades ao nosso futebol, à nossa realidade”, comenta. E já há aspectos que vão sendo alterados. Andreia Couto fala sobretudo dos novos pressupostos de exigência aos clubes e de uma nova forma de ver o futebol – mais organizado e mais profissional, com melhores condições e a proporcionar um melhor espectáculo. “Todos nós sentimos o problema da dificuldade económica do público e, em consequência, do afastamento deste dos estádios”, analisa.Foi sob a gestão da comissão executiva que integra que foi tomada a decisão histórica e polémica de punir grandes clubes e seus presidentes. Mas Andreia Couto prefere não comentar o tema, nem sobre até onde se vai chegar com todo este processo. Mas observa que “a premência da moralização do futebol nasce da mediatização desta actividade e do efeito do futebol na nossa sociedade.
A paixão que o futebol desperta é, muitas vezes, utilizada como elemento alienante dos graves problemas que Portugal e o resto da Europa atravessam”. É assim desde sempre. E o mediatismo do futebol leva a que o seja cada vez mais. A número dois da LPFP, no entanto, compreende que as pessoas precisam de descontrair. Ela própria, com a ajuda do marido, tenta buscar maneiras de se abstrair de uma rotina agora ainda mais endurecida, desde que há cerca de quatro meses nasceu Vicente, o primeiro filho do casal
.O dia-a-dia de Andreia Couto agora é programado de acordo com as exigências normais de um bebé recém-nascido. Com isso, os dias de Andreia Couto começam por volta das 5h30 da madrugada e terminam tarde, muito tarde.
Para descontrair, gosta de ouvir música brasileira e cubana ou lê um livro. Agora deixa-se levar pelas palavras de Salman Rushdie em O Último Suspiro do Mouro, mas, com bom humor, espera que o título do livro não seja interpretado como provocação vinda de uma mulher do Norte.

domenica

:: Minuto de Sabedoria ou Pensamento...




Todo mundo é um cientista maluco e a vida é o laboratório.
A gente está sempre experimentando, tentando achar um
jeito de viver, de resolver os problemas,
de se livrar da loucura do caos.
David Cronenberg

:: Marc Lagrange...