sabato

:: Fala-se de Livros...


ANATOMIA DO MEDO
Santlofer,Jonathan
- Editorial
Sinopse
A Polícia de Nova Iorque tem em mãos uma investigação criminal de contornos

no mínimo inusitados. Um serial killer psicopata e com ligações a grupos neo-nazis tem vindo a perpetrar uma série de assassínios com um traço comum e extremamente intrigante – na cena do crime surge sempre um desenho de
grande qualidade artística que descreve os pormenores do próprio assassinato.
E ninguém melhor que Nate, um desenhador dotado e muito intuitivo que trabalha para a polícia de Nova Iorque, para entrar na psique tortuosa do criminoso e ajudar a capturá-lo. Cada novo desenho vai aproximando os dois homens num duelo de artistas de consequências fatais. Com este thriller
brilhante e inovador, Santlofer estabelece novas fronteiras para o género
policial.


A um Passo do Abismo
Mónica Sintra
Sinopse
Fascinada desde muito cedo pelo mundo da música, Mónica Sintra sempre

soube o queria para a vida. Mas não contava que a realização do seu sonho se fizesse acompanhar de um pesadelo longo e doloroso. Aos treze anos de idade
e já inserida no meio artístico, exigente com a imagem, a pressão culminou
com o aparecimento de uma anorexia a que se seguiria um processo de bulimia. Emagrecer nunca era demais. Ser magra significava beleza, aceitação e controlo sobre a própria vida. O relacionamento secreto com a alimentação e o corpo fez obscurecer todos os outros aspectos da sua vida, crivando-a de obsessões, vergonha e medo. Em A Um Passo do Abismo Mónica Sintra dá voz a um testemunho da sua luta contra uma doença que consome as suas vítimas em silêncio. Uma confissão sincera que pretende servir de ajuda a tantas e tantas pessoas que continuam a sofrer, longe dos pais, irmãos, amigos, namorados e maridos… Uma experiência pessoal carregada de informação sobre a prevenção
e tratamento dos distúrbios alimentares e que propõe uma saída para as
pessoas que dela sofrem.Um grito de alerta mas sobretudo uma mensagem de esperança sobre um problema que afecta solitariamente um cada vez maior número de pessoas.






A CRIANÇA N.º 44
Tom Rob Smith
Sinopse
União Soviética, 1953.A mão de ferro de Estaline nunca esteve tão apertada, fortalecida pelo Departamento de Segurança Estatal – uma força policial

secreta cuja brutalidade não é segredo para ninguém.Debaixo deste jugo, a população é levada a acreditar que o crime simplesmente não existe.
No entanto, quando o cadáver de uma criança é encontrado na linha de
comboio, o agente Leo Demidov – um herói de guerra dedicado ao
Departamento – é surpreendido ao ouvir que a família da criança está
convencida de ter-se tratado de um assassínio. Os superiores de Leo
ordenam-lhe que ignore tal suspeita e ele obedece sem se questionar.
Mas algo lhe diz que há muito mais por detrás desta história.De um momento para o outro, a sua confiança de que tudo o que faz por ordem do Partido
serve um bem maior é abalada e, arriscando tudo, Leo sente-se no dever de perseguir o terrível assassino – mesmo sabendo que ao fazê-lo se tornará,
ele próprio, um inimigo do Estado...

















Os Retornados
Júlio Magalhães - A Esfera dos Livros

Sinopse
Outubro, 1975. Quando o avião levantou voo deixando para trás a baía de
Luanda, Carlos Jorge tentou a todo o custo controlar a emoção. Em Angola deixava um pedaço de terra e de vida. Acompanhado pela mulher e filhos,
partia rumo ao desconhecido. A uma pátria que não era a sua. Joana não
ficou indiferente ao drama dos passageiros que sobrelotavam o voo 233.
O mais difícil da sua carreira como hospedeira. No meio de tanta tristeza,
Joana não conseguia esquecer o olhar firme e decidido de Carlos Jorge.
Não percebia porquê, mas aquele homem perturbava-a profundamente. Despertava-a para a dura realidade da descolonização portuguesa e para
um novo sentimento que só viria a ser desvendado vinte anos mais tarde.
Foram milhares os portugueses que entre 1974 e 1975 fizeram a maior ponte
área de que há memória em Portugal. Em Angola, a luta pelo poder dos movimentos independentistas espalhou o terror e a morte por um país
outrora considerado a jóia do império português. Naquela espiral de
violência,
não havia outra solução senão abandonar tudo: emprego, casa,
terras, fábricas e amigos de uma vida.

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:: Charlize Theron......


:: Charlize e Martini...



Charlize Theron

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Breil - Pensiero Stupendo (2007)
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:: Charlize Theron...

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@ CATHERINE JAMIESON

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Cassini tour designers worked at breakneck speed on plans for the spacecraft's extended stay at Saturn.
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:: Da Vinci Mais influente da Cultura Europea...

Da Vinci es el personaje más influyente de la cultura europea
Leonardo Da Vinci es el personaje más influyente de la cultura europea
EFE. 09.05.2008 - 20:45h

Ampliar fotoDa Vinci fue elegido entre 50 personajes. (ARCHIVO)
En una votación en la que han participado 137.622 personas de países de toda Europa.
Einstein, Sócrates o Galieo se encuentran entre los diez primeros.
También aparecen Picasso y Cervantes.
El arquitecto, escultor, pintor e inventor
Leonardo Da Vinci (1452-1519) ha sido elegido como el personaje más influyente en la cultura europea en una votación en la que han participado 137.622 personas de países de toda Europa.
Esta encuesta, en la que se pedía a los participantes elegir a los 50 personajes que más han influido en la cultura europea, es una iniciativa impulsada por la organización
Capital de la Cultura Catalana y el Buró Internacional de Capitales Culturales, en el marco de los 50 años de existencia de la Unión Europea.
Da Vinci es considerado como una de las personas con más variados talentos de la historiaLa votación se ha desarrollado durante ocho meses y hoy, Día de Europa, se ha hecho público el resultado en Tarragona, ciudad candidata a la Capital Europea de la Cultura 2016, en un acto presidido por el alcalde, Josep Félix Ballesteros, y el presidente del Buró Internacional de Capitales Culturales, Xavier Tudela.
Leonardo Da Vinci, considerado como una de las personas con más variados talentos de la historia, encabeza la clasificación de personajes más influyentes en la cultura europea seguido de
William Shakespeare y de Wolfgang Amadeus Mozart.
Albert Einstein, Sócrates,
Johann Goethe, Galileo Galilei, Carlomagno, Erasmo de Rotterdam y Fyodor Dostoievski completan las diez primeras plazas de la lista, en la que también se encuentran, entre otros, Miguel Ángel, Beethoven, Newton, Picasso, Cervantes, Marie Curie, Darwin o el Papa Juan XXIII.
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martedì

::Fala-se de Amy...

Amy no puede ni grabar discos

:: Publicidad Feliz...

Publicidad feliz. Un barrendero pasa por delante de una valla publicitaria
en el distrito central de Pekín.
Via 20 Minutos...

:: @rroba del Día de Internet...


@rroba del Día de Internet, un dulce hecho por el Ayuntamiento de Madrid "con la vocación de convertirse en el postre oficial del Día de Internet", que se celebra el 17 de mayo.
Via 20 minutos...

:: Podes identificar este Monstro (Pedófilo)??...





¿Puedes identificar a este hombre?

La Interpol ha hecho públicas a través de su página web una serie de fotografías de un presunto pederasta al que lleva buscando sin éxito desde hace dos años para que la colaboración de los ciudadanos pueda conducir a su localización. En un centenar de imágenes localizadas en Internet y recuperadas del ordenador de una persona condenada por pederastia, el hombre aparece abusando sexualmente de al menos tres menores de entre 6 y 10 años, al parecer en el sureste asiático y entre abril de 2000 y mayo de 2001. Las primeras fotografías de este individuo, cuya identidad y nacionalidad se desconocen, fueron descubiertas por la policía noruega en marzo de 2006.Detenido en Tailandia el presunto pederasta canadiense buscado por la InterpolInterpolA FONDOSede:Lyon (Francia)Ver cobertura completaLa noticia en otros webswebs en españolen otros idiomas"La comunidad policial mundial ha hecho todo lo posible para encontrar a este hombre que, sin duda, representa un peligro para los niños, y por eso ahora pedimos al público que nos ayude a identificar a este depredador sexual y a proteger a otras posibles víctimas de agresiones", ha declarado el secretario general de la Interpol, Ronald Noble.Un llamamiento similar permitió el año pasado la detención en Tailandia de Christopher Paul Neil, ahora encarcelado y acusado de varios delitos de agresión sexual a menores. "Esperamos que de nuevo los ciudadanos de todo el mundo desempeñen un papel esencial en la localización de este hombre que, de no ser capturado, podría seguir abusando sexualmente de menores", insiste Noble en la página web de Interpol.Tras la operación que permitió la captura de Christopher Paul Neil, la Asamblea General de la Interpol aprobó una resolución por la que autorizaba a la organización a publicar información para solicitar la ayuda del público en el marco de investigaciones sobre agresiones sexuales a menores.





:: Destruição...


Destrucción en Birmania. Un monje budista pasa bajo el tronco de un árbol derribado en Rangún. Unas 10.000 personas han muerto por el paso de un ciclón por el país.

:: Rescate...

Rescate. Embarcaciones del ejército de Letonia durante la evacuación de los pasajeros del crucero Mona Lisa, cerca de la costa letona. La embarcación, con 984 pasajeros, encalló en un banco de arena; todos los ocupantes se encuentran a salvo.

lunedì

:: Fala-se de Rita Blanco...



Cumpre 25 anos como actriz de corpo e alma. Divertida, versátil, Rita Blanco conta-nos como foi, como é e o que a faz mover.
Por Leonor Xavier - Máxima...
Diverte-se, move-se, diz-se a si própria. Não procura as palavras, que lhe fluem a par do pensamento. A expressão dos olhos tem uma incrível vivacidade. É curiosa, a querer saber dos ambientes, das histórias, das pessoas. Sentada, agita-se conforme o ritmo da fala. Ou levanta-se, para melhor exprimir. Mãe de Alice, no seu caso não é lugar comum dizer-se que é actriz de corpo e alma. Gostamos dela na série Conta-me Como Foi, eleito o melhor programa da RTP. O seu currículo é longo, corre seguido em 25 anos de carreira em Cinema, Teatro, Televisão. Na Televisão, em 1989, estreou com o humor de Herman José, em Casino Royal. A estreia no Teatro deu-se pela mão de Luis Miguel Cintra e, em 1999, foi nomeada Melhor Actriz para o Prémio Garrett, pela peça Nunca Nada de Ninguém, de Luisa Costa Gomes. Em 2001, esteve no Festival de Cannes, como protagonista de Ganhar a Vida, o filme de João Canijo escolhido para a Selecção Oficial de Filmes de Autor. No papel de Cidália, uma emigrante que tem um filho assassinado, Rita Blanco arrasou, na intensidade da sua personagem. --- Os realizadores portugueses procuram o seu talento. Trabalhou no Cinema com Manoel de Oliveira, Jorge Silva Melo, João Mário Grilo, João Botelho, João César Monteiro. Prepara-se para mais um filme de João Canijo. Sem tempo a perder, Rita Blanco proclama: “A vida é agora.”
Diz-se de si que tem raras qualidades, que é generosa e leal. Alguns amigos meus continuam a dizer que a minha melhor qualidade é a lealdade. Defeitos?
Tenho tantos. Posso ser agressiva na crítica, mas cada vez me é mais indiferente o que as pessoas acham de mim.
Continua a gostar de ler?
Leio muito, e fico contente por agora ter de usar óculos, era uma coisa que eu gostava de poder fazer na vida.
Está a preparar outro filme?
Fizemos um trabalho com alguma graça com a Vera Barreto, uma actriz que o João Canijo conheceu na ACT, a escola de teatro da Patrícia Vasconcelos, é especialmente talentosa. É inteligente, tem um bom sentido crítico. O João Canijo quis fazer um filme, e começou por uma improvisação filmada. Todos os dias improvisávamos, dizíamos as coisas mais importantes que se dizem entre mãe e filha, analisávamos, o João dizia: “Vamos gravar isto.” Saiu dali uma média- -metragem de meia hora, depois fizemos uma peça, Improviso Encenado, que representámos no CCB. Agora continuamos a trabalhar. Cada um de nós está a compor o seu texto e as personagens, para um filme.
Era muito nova quando conheceu o João Canijo, trabalharam em Teatro e Cinema, viveram juntos. Ele é uma presença forte na sua vida?
Tive a minha primeira experiência no Cinema quando ainda estudava no Conservatório, num filme de Claude D’Anna, Le Cercle des Passions, foi aí que conheci o João Canijo, tinha 18 anos. Ele achou-me graça, depois vivemos juntos. Esta minha relação de trabalho com o João é um percurso, tem importância na minha capacidade de trabalhar, é com ele que eu mais tenho evoluído como actriz. De cada vez, subo um degrauzito na maneira de olhar para o trabalho. De todos os filmes do João, só não fiz dois. No último, o papel foi feito para mim, mas não o fiz porque teria de ir para longe muito tempo. Não posso desaparecer dois meses e meio, porque tenho uma filha e quero ganhar o tempo com ela, hoje. A vida é agora.
Disse uma vez que gosta de fazer um papel dramático que tenha a ternura da comédia, que dê vontade de rir e de chorar. Pensa ou sente, quando faz um papel?
Não se pode representar sem pensar, sempre tive teorias.
Cada vez acho mais que a representação é tridimensional. Para representar é preciso pensar nas três dimensões. Ver a personagem, ver a pessoa, e ver o olhar da pessoa sobre essa personagem. Ser actor é estar sobre um círculo cheio de gomos, quando eu tiver passado pelos gomos todos, aí sou mesmo actriz a sério. Na peça Confissões ao Luar, de Eugene O’Neill, encenada pelo João Canijo, teve uma experiência importante. Como?
As pessoas começaram a rir, achei que estava a fazer uma coisa errada. A actriz para a personagem devia ser uma mulher grande, com medo do seu tamanho, o oposto de mim. Então, descobri que as pessoas estavam a rir pelo lado patético. E gostei. A coisa que mais me irrita é que não me questionem. Hoje procuram-se as respostas, nós divertimo- -nos com as perguntas. Não tenho o menor interesse nas respostas.
Eunice Muñoz diz que, na vossa profissão, é bom vestir e despir as personagens.
Vivemos várias vidas em simultâneo, isso é um gozo e um poder. Ser actor é estar longe do poder, pressupõe liberdade, e a liberdade é poder vi-ver várias coisas. E é uma sorte cada um poder ser como é, começamos a diferenciar-nos. Esta profissão tem uma coisa boa, está sempre a acabar e a recomeçar, temos sempre ciclos de vida, vamos vivendo outras coisas, outras vidas.
Fala muito bem inglês e francês, é fluente em italiano e espanhol. Gostava de ter uma carreira internacional?
Já não quero ir trabalhar para o estrangeiro, se não podemos dizer a palavra portuguesa, aquilo que dizemos não significa nada. O que digo tem de ser em português. Com toda a tristeza ou alegria de ser portuguesa, é isso que me interessa.
Em Cannes, deu entrevistas, apareceu nas fotografias. Era uma actriz importante?
Eu já lá tinha estado com o Manoel de Oliveira, com o filme Inquietude. Com Olhar a Vida, senti um olhar em cima de mim, os media deram importância ao papel. As pessoas dizem-me: vocês, actores, são tratados como príncipes. Sermos mimados à partida seria bestial. Estava a fazer um filme no Sul de França, eles achavam que eu era muito importante e não era, isso divertia-me. Já alimentei o ego, descobri que é um empecilho, que deve ser abatido liminarmente. Perguntei-me: vou continuar a representar? Aí, entra o Canijo. Faz-me ser criadora, entrar num projecto, tenho de decidir e escolher se quero ou não continuar.
Pensa em outras experiências, além de actriz?
Tenho dificuldade em lidar com a prática da autoridade. Gosto de dirigir actores. Gosto de trabalhar com crianças. Mas não sou capaz de encenar nem de realizar. Tem medo de falhar?
Prezo muito a coragem. Sou forte. O medo é uma prova de inteligência, mas, se não se enfrenta, paralisa. Eu nem da morte tenho medo. Tenho medo de ser má mãe, de falhar como mãe. Penso muito para descobrir como hei-de fazer que a minha filha seja corajosa, que não tenha medo e vá para a frente. O único medo que tenho é de lhe dar insegurança. Quem tem medo não vai poder avançar. Conta-Me como Foi tem sido um sucesso... É um exercício agradável de memórias e famílias. Cada vez que exercemos a palavra, temos de exercê-la com verdade intrínseca e cultural. É o nosso passado, o da nossa família, está lá tudo. Lembro-me daquelas personagens nos anos 60, há brincadeiras que faço porque me lembro, digo “Ó minha mãe”, uso certas palavras. Os ritmos de fala eram diferentes, as pessoas tinham mais tempo na cadência da fala. A graça é, em cada trabalho que fazemos, haver sempre partilha. Para um actor é muito bom ter pessoas competentes e criativas a trabalhar em cenários, adereços, guarda-roupa, como as que trabalham no Conta-Me.

:: Fala-se de Camané...


Camané no Coliseu de Lisboa no próximo dia 16 de Maio
Camané anuncia apresentação ao vivo no Coliseu de Lisboa no próximo dia 16 de Maio. Esta será a primeira vez que Camané actua no Coliseu de Lisboa e promete ser, para já, a grande apresentação ao vivo do tão aguardado novo disco – “Sempre de Mim”. O quinto álbum de estúdio – o primeiro desde 2001 – é composto por 16 temas; dez são fados tradicionais com letras, propositadamente escolhidas para estas gravações, de grandes poetas ligados ao Fado e de cúmplices velhos e novos de Camané: Pedro Homem de Mello, Luís de Macedo e David Mourão-Ferreira; Fernando Pessoa, Manuela de Freitas e Jacinto Lucas Pires. Dois outros temas são inéditos absolutos, nunca antes gravados, do lendário compositor de Amália, Alain Oulman, com letras de Pedro Homem de Mello. Três são melodias originais de José Mário Branco (também responsável pela produção) para letras de David Mourão-Ferreira e Manuela de Freitas. A 16ª é um inédito que Sérgio Godinho ofereceu a Camané. Relembre-se que “Sempre de mim”, editado a 21 de Abril, terá uma edição especial acompanhada por um DVD com um documentário de 30 minutos registado durante as gravações pelo realizador Bruno de Almeida.

:: Fala-se de Salvador Dalí...





Salvador Dalí inaugura nova galeria do Centro Português de Serigrafia no CCB
A inauguração da nova galeria do Centro Português de Serigrafia no CCB é assinalada com uma exposição de Salvador Dalí, 100 Gravuras da Divina Comédia de Dante. A mostra pode ser apreciada e adquirida entre 18 de Abril e 25 de Maio em três espaços do Centro Português de Serigrafia de Lisboa: no Centro Cultural de Belém, o Inferno, na sede do CPS, a São Bento, o Purgatório, na Galeria das Twin Towers, em Campolide, o Paraíso. Salvador Dalí inscreve-se na genealogia dos grandes artistas que ilustraram esta obra, um dos marcos da literatura ocidental, de Sandro Botticelli (1445-1510), a Miguel Ângelo (1475-1564), (frescos da Capela Sixtina), William Blake (1757-1827) e Gustave Doré (1832-1883). Inferno, Purgatório e Paraíso, na visão de Salvador Dalí (1904-1989), inspiram-se na obra imortal de Dante (1265-1321), “a grande voz da 1ª Renascença, a mais alta figura poética entre Virgílio e Shakespeare”, segundo o professor Marques Braga, um dos seus tradutores em Portugal. Este poema alegórico, escrito entre 1307 e 1321, ter-se-á desenrolado miticamente em 1300, em sete dias, de 7 a 14 de Abril, justamente o mês durante o qual se revelará entre nós esta obra magnífica, através da criação do genial pintor espanhol. O poema, que reflecte uma cosmovisão medieval, escrito em tercetos, divide-se em três partes e em cem Cantos, no decurso dos quais o Poeta realiza uma viagem imaginária, primeiro aos círculos infernais, acompanhado por Virgílio, até ao centro da terra onde se encontra Lúcifer, depois regressando à superfície terrestre, sobe a montanha do purgatório, para, guiado pela sua amada Beatriz, ser admitido no paraíso, de onde voando pelos nove céus, termina a maravilhosa viagem na contemplação divina. O intemporal friso das desventuras e venturas humanas, dos pecados e das virtudes, na crueza e na poesia das suas imagens, desfila perante os nossos olhos na poesia de Dante, culminando na revelação da luz e do Amor “que move o Sol e as outras estrelas”. Cintila hoje na realidade pulsional e onírica de Salvador Dalí, na mostra das cem gravuras que podemos apreciar agora em Lisboa, nos vários espaços do Centro Português de Serigrafia. A edição comemorativa dos 700 anos do nascimento do poeta, resulta da realização de 101 aguarelas entre 1950 e 1960, depois de uma encomenda em 1950, do Governo italiano, ao pintor espanhol. Suspensa, por oposição interna, foi retomada em 1959 com a colaboração dos editores Joseph Foret e Jean Estrade e concretizada no atelier deste último, entre Abril de 1959 e 23 de Novembro 1963, a partir de 3500 blocos de madeira que permitiram a impressão dos vários conjuntos de 100 imagens. Os trabalhos foram apresentados em Paris, em momentos diferentes, em 1960, o Inferno, em 1962, o Purgatório e em 1964, o Paraíso. Em 1970, no Hotel Meurice de Paris, Salvador Dalí assinou a lápis de cor, a vermelho e a azul, quatro conjuntos das gravuras da Divina Comédia para Joseph Foret. Uma dessas quatro colecções, assinada a vermelho, foi vendida a Giuseppe Albaretto, que para além de grande amigo de Dalí se tornou o editor de uma parte significativa da sua obra gráfica (“Bíblia Sagrada”, “Odisseia de Homero” e “As Mil e Uma Noites”, p.ex.). Anos mais tarde, este conjunto passou a ser propriedade de Roberto Mastella, sócio de Albaretto, de onde veio directamente para a exposição em Lisboa, no Centro Português de Serigrafia. Sobre as gravuras acompanhemos a crítica Maria João Fernandes: “Com as assombrosas imagens de Salvador Dalí penetramos a estreita fenda que na opacidade do real nos permite ascender aos territórios moventes e silenciosos do imaginário. Vagueamos entre sonhos, seres míticos de um Apocalipse que assombra o coração do homem, vagueamos sem trégua, espectadores e actores de um teatro do absurdo onde nos movemos todos os dias, setecentos anos depois de Dante. É o mesmo o vazio que nos corrói as ilusões e os devaneios queridos, as nuvens passam ainda, negras de um temporal, prestes a desabar. Os monstros que Goya visitou atravessam o delírio e deliram na sua irrisão misteriosa, fantasmagorias nocturnas e avassaladoras que no entanto hão-de perecer. Criaturas da noite, com os seus farrapos e o halo de uma esperança invasora, que a natureza guarda. Fomos feitos para amar, sem dúvida, o voo é-nos permitido depois da queda e a sensualidade é uma fogueira que arde sem arder, mergulhando-nos de súbito em cinzas. Teatro da crueldade, mas quanta doçura por vezes, um barco que a luz mais pura abraça e o horizonte é a porta de um sol que conduz ao âmago do paraíso. Árvores deliciosas, de água e ouro, um sono musical, fugas audaciosas, os limites esbatem-se, a mancha cria o espaço, o espaço é a figura do aberto. Figuras sem tempo, do tempo, nascem, esfíngicas e belas, para tudo regressar a uma beleza prometida, a um lugar de revelações fulgentes. Floração de coloridos enigmas, o labirinto explode e ficam as centelhas de uma luz, de um fogo e de uma água puríssimos. A viagem começa hoje, uma vez mais.”




:: Fala-se de...

O Bahrein e a cantora sexyO tema chegou ao parlamento. E o concerto da cantora libanesa Haifa Wehbe foi vetado pela quase totalidade dos deputados (apenas um votou a favor do espectáculo). Tida como demasiado sedutora e acusada de cantar mais com o corpo do que com a voz, a artista foi proibida de se apresentar naquele país do Golfo Pérsico por que a sua forma de actuar vai contra os princípios islâmicos. Mesmo assegurando que apareceria mais tapada do que o habitual os deputados foram taxativos: nada de concerto. Refira-se que os islamitas representam três terços dos parlamentares daquela monarquia. E, pelos vistos, movem-se com extremo empenho quando o assunto ofende a moral e os bons costumes do seu povo. Filha de uma mãe egípcia sunita e de um pai libanês xiita, Haifa Wehbe viu por primeira vez os olhos do grande público voltarem-se para ela quando venceu o concurso Miss Sul do Líbano. Tinha 16 anos. A carreira como cantora começou pouco depois e hoje é famosa em todo o Médio Oriente, com o seu repertório de músicas árabes e pop. Foi também actriz e modelo, até criou uma linha de design de jóias.


É uma casa portuguesa...Lembra-se das andorinhas de cerâmica, do rapador “Salazar”, da cera Encerite, dos sabonetes Ach. Brito? Pois estes e outros artigos nacionais, que se fundem na nossa tradição e na nossa memória colectiva, estão à venda no espaço A Vida Portuguesa, no n.º11 da Rua Anchieta, no Chiado lisboeta. Perca-se neste mundo de recordações.
www.avidaportuguesa.com




Cinema japonês de animação estreia-se em Lisboa
O Museu do Oriente apresenta o Monstra – Festival de Animação de Lisboa, entre 10 e 18 de Maio, com o objectivo de dar a conhecer o melhor do cinema japonês de animação e divulgar a cultura do Oriente. Nos dias 10 e 11 de Maio, a entrada nas sessões é gratuita, de modo a assinalar o fim-de-semana inaugural deste novo centro de cultura e lazer. Alguns dos filmes mais emblemáticos dos três principais cineastas japoneses - Osamu Tezuka, Hayao Miyazaki e Koji Yamamura – integram o conjunto de obras seleccionadas para mostrar, no Ocidente, o que de melhor e faz em termos de cinematografia de animação. Osamu Tezuka é, reconhecidamente, uma figura venerada por todos os autores de Banda Desenhada e animação japonesa, Miyazaki uma lenda viva da animação e o mais famoso cineasta japonês da actualidade, enquanto Yamamura revela-se como um dos mais invulgares realizadores de cinema de animação. O Monstra é, também, uma oportunidade para descobrir outras obras de relevo da animação japonesa, nomeadamente a longa-metragem The Tale of the White Serpent, realizada em 1958 por Yabushita e Kazuhiko Okabee, a partir de um antigo conto popular chinês. O filme, conhecido no Ocidente como Panda and the Magic Serpent, é a primeira longa-metragem de animação japonesa a cores e, também, a primeira a ter sucesso fora do Japão. Do programa consta, igualmente, uma retrospectiva de Renzo Kinoshita e um ciclo de obras de cineastas do Ocidente dedicado ao Oriente. Nesta secção, destaque, ainda, para a apresentação de Screen-Play (1993), do britânico Barry Purves, filme de animação de marionetas cuja história decorre, em vários tempos, numa mesa giratória, bem como para alguns filmes da série russa A Mountain of Gems, com os grandes nomes da animação soviética.

















Musica...







Rain , de Joe Jackson2008-05-05 10:15:40
Observador, apaixonado (pessimista…) e mestre da ironia, Jackson não muda. Volta a deixar de fora a guitarra eléctrica e a não precisar de mais do que voz, piano e secção rítmica para dar uma lição pop. Os requintes estão-lhe na massa do sangue. Perfeito.

:: Fala-se de Cinema - A Ultima Cartada...











A última cartada, de Robert Ben Campbell precisa de 300.000 dólares para estudar... Agora vai ter a sua oportunidade. «A Última Cartada« (“21”) é inspirado na história verídica das mentes jovens mais brilhantes dos E.U.A. - e de como eles ganharam milhões em Las Vegas. Ben Campbell (Jim Sturgess) é um tímido mas brilhante estudante do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts). O seu único problema é não ter dinheiro para pagar as propinas escolares, mas a solução está onde ele menos esperava: nas cartas. Ele é recrutado para integrar o grupo dos mais talentosos estudantes da escola, que todos os fins-de-semana vão a Las Vegas, com falsas identidades e com as suas mentes brilhantes, são capazes de aumentar em grande escala as probabilidades de ganhar no Blackjack. Além disto, ainda contam com o seu professor de matemática (e génio da estatística) Micky Rosa (Kevin Spacey) como líder. A contagem das cartas e um, muito bem definido esquema de sinais, permitem à equipa vencer nos grandes casinos. Seduzido pelo dinheiro e pelo estilo de vida de Vegas, e pela sua inteligente e sexy amiga, Jill Taylor (Kate Bosworth), Ben começa a ir até ao limite. Apesar da contagem de cartas não ser ilegal, o risco é cada vez mais elevado e o grande desafio prende-se agora com, não só manter a contagem correcta, mas também, enganar o chefe de segurança dos casinos: Cole Williams (Laurence Fishburne). Estreia: 1 de Maio

:: Fala-se de Livros...




Crónica de Brites, de Júlia Nery“Partirás para Aljubarrota. Vais procurar a tal padeira, Brites de Almeida, e recolher a verdade da sua boca, se ela viva for”, diz o cronista-mor do reino, Fernão Lopes, ao seu jovem copista, que dela ouvirá toda a história. Com uma pá matara sete castelhanos? A Padeira de Aljubarrota, desde cedo...

:: O Sexo dos Livros...




Francisco Allen Gomes foi chefe de serviço da Clínica Psiquiátrica dos Hospitais da Universidade de Coimbra e responsável pela Consulta de Sexologia entre 1975 e 2001. Em 1987, coordenou com Afonso de Albuquerque e Júlio Silveira Nunes a publicação, em dois volumes, da obra A Sexologia em Portugal. Em 2003, em colaboração com Tereza Coelho, publicou o livro A Sexualidade Traída – Abuso Sexual Infantil e Pedofilia. Em Paixão, Amor e Sexo, reúne os textos que editou ao longo dos anos sobre sexualidade.


Há alguma passagem literária que ajude a descrever a sua vida?Um diálogo com um capelão, no livro de André Malraux, As Antimemórias (1967) [Allen Gomes procura o livro na estante e lê]: “– Há quanto tempo confessa? – Há uns 15 anos.– Que lhe ensinou a confissão a respeito dos homens? – Sabe, a confissão não ensina nada. Porque quando se confessa somos outro, há a graça. E contudo… olhe, em primeiro lugar as pessoas são muito mais infelizes do que se imagina. Ergueu os braços para o céu saturado de estrelas: ‘E depois o que se fica a saber é que não há grandes pessoas.’” Isto é a minha vida, sem nunca confessar ninguém. Apesar de tudo são os livros que nos permitem dar sentido a experiências clínicas, sinais, sintomas que as pessoas têm.









Francisco Allen Gomes, 65 anos, psiquiatra, terapeuta sexual é um nome incontornável na história da sexologia no nosso país. Autor do livro Paixão,
Amor e Sexo, abre as portas da sua biblioteca para falar da importância da literatura para a edificação do imaginário sexual feminino.
Por Isabel Freire
Acontece-lhe ir buscar à ficção compreensão para situações que lhe passam pelo consultório?
Permanentemente. A literatura ajuda-me muito a compreender a vida dos casais. Por exemplo, quando encontro pessoas muito preocupadas com o fim da paixão, lembro-me dos Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Marquez, o meu escritor favorito. No livro, duas personagens que têm um romance tórrido acabam por descobrir que o tédio tem mais potencialidades eróticas do que a fúria da paixão. De facto, se duas pessoas se sentem muito atraídas, não custa nada – custa depois, depois é que começa a história.
Lembra-se de alguma definição de erotismo na literatura?
Vargas Llosa escreveu que o erotismo é o que permite a um casal normal, no segredo da sua alcova, e em determinados momentos, conseguir ultrapassar o génio que leva à formação de uma grande ópera, de um grande livro. Ou seja, pessoas banais podem emular às grandes criações artísticas, numa ou noutra relação sexual.
Os quatro volumes que formam o Quarteto de Alexandria.
Por quem os Sinos Dobram e Cem Anos de Solidão, duas referências literárias para aquele especialista.

Há alguma passagem literária que ajude a descrever a sua vida?
Um diálogo com um capelão, no livro de André Malraux, As Antimemórias (1967) [Allen Gomes procura o livro na estante e lê]:
"– Há quanto tempo confessa? – Há uns 15 anos.– Que lhe ensinou a confissão a respeito dos homens? – Sabe, a confissão não ensina nada. Porque quando se confessa somos outro, há a graça. E contudo… olhe, em primeiro lugar as pessoas são muito mais infelizes do que se imagina. Ergueu os braços para o céu saturado de estrelas: ‘E depois o que se fica a saber é que não há grandes pessoas.’” Isto é a minha vida, sem nunca confessar ninguém. Apesar de tudo são os livros que nos permitem dar sentido a experiências clínicas, sinais, sintomas que as pessoas têm.
A literatura está cheia de amor e paixão. O sexo é menos literário?
Cada vez mais me convenço de que a paixão é sexo. O termo ‘paixão’ é apenas
uma elaboração racional para justificar uma poderosíssima atracção sexual, que é, aliás, um conceito recente na nossa história. E defendo o mesmo em relação ao amor à primeira vista. Como é que desconhecendo uma pessoa podemos dizer que é o homem ou a mulher da nossa vida? Afinal o que é isso, se não atracção sexual?! Porquê essa necessidade de camuflagem do sexo? O sexo foi sempre considerado algo menor, ‘animal’. Por isso, foi necessária uma elaboração intelectual para o tornar legítimo. E realmente a paixão trouxe essa legitimação. --- A literatura acompanha essa evolução conceptual? Eu acho que a literatura se vai adaptando. No entanto, não há uma diferença assim tão substancial entre o amor romântico dos séculos XVII, XVIII e a paixão dos nossos dias. Apesar de se considerar que o amor romântico não é uma proposta actual, as pessoas continuam a raciocinar nesses termos – a diferença é que estamos perante amor romântico acrescido de sexo (embora seja o sexo que está na origem do amor romântico).
Nas suas consultas as pessoas falam dos livros?
Sim, algumas. A literatura tem propriedades mais erógenas junto do público feminino? Provavelmente. Segundo alguns estudos, as mulheres reagem muito melhor ao erotismo sob a forma de literatura do que sob a forma de imagem.
Francisco Allen Gomes foi chefe de serviço da Clínica Psiquiátrica dos Hospitais da Universidade de Coimbra e responsável pela Consulta de Sexologia entre 1975 e 2001. Em 1987, coordenou com Afonso de Albuquerque e Júlio Silveira Nunes a publicação, em dois volumes, da obra A Sexologia em Portugal. Em 2003, em colaboração com Tereza Coelho, publicou o livro A Sexualidade Traída – Abuso Sexual Infantil e Pedofilia. Em Paixão, Amor e Sexo, reúne os textos que editou ao longo dos anos sobre sexualidade.
Também investiga por impulso da literatura?
Em 1964, quando o Jean-Paul Sartre recusou o prémio Nobel da Literatura, eu estava em Sevilha. Tinha comprado as obras completas do Federico García Lorca, interessava-me por flamenco e corridas de touros. Percebi que uma corrida era feita com uma ‘limpeza’ extraordinária. Não se perdia tempo: entre o touro sair, ser toureado, picado e morto, decorriam apenas 10 minutos. Mas, entretanto, surgiram toureiros que se propunham lidar animais rapidíssimos de forma lenta. Achei que era muito parecido com o sexo! De facto, se dois adultos quiserem ter uma relação sexual ‘higiénica’, podem fazê-lo em cinco minutos. Aliás, as casas de prostituição mostravam isso. O indivíduo escolhia uma prostituta na sala, iam os dois para o quarto, despiam-se, tinham uma relação sexual, ela lavava-lhe o pénis, vestiam-se, vinham para a sala… tudo em 10 minutos. O erotismo é o que contraria esta determinante biológica que faz com que o sexo seja rápido. Se o casal conseguir prolongar o tempo de sexo (se souber ir para a frente e para trás, controlando o orgasmo), em certos dias, conseguem fazer uma boa composição. As corridas eram uma metáfora para compreender o sexo?
Provavelmente, mesmo que na altura não tivesse essa consciência. O que fui observando é que o sexo está presente em tudo, apesar de ter sido tratado como se não estivesse presente em nada. Vejamos: é a causa de estarmos neste mundo, é responsável por códigos religiosos, éticos, jurídicos e outros. Mas era tratado como algo impróprio (horroroso) ou desinteressante (que era preciso romantizar para o tornar aceitável e sofrível).
E hoje?
Estou convencido de que ainda há muitas coisas parecidas com esta época. O sexo ainda é considerado um mal necessário. Está muito presente, é muito importante, ou porque as pessoas têm de se vestir de determinada maneira, ou porque têm de se aproximar umas das outras, mas depois… para se praticar, são muitas vezes necessários shots de bebida ou outras substâncias que baixem os nossos níveis de censura (e provavelmente passados dois dias nem temos bem a certeza se o fizemos).
Acho que o sexo ainda não é visto como uma experiência orgulhosa. Quem são os grandes escritores do sexo?
Não sei [levanta-se, olha para as prateleiras]. Escritores do sexo, que só escrevem a partir do sexo? Não estou a ver. Mas há autores muito marcantes, se pensarmos em abordagens da sexualidade: Emile Zola, Guy Maupassant, Jorge Amado.
Henry Miller?
Para Francisco Allen Gomes, o sexo ainda não é visto como uma experiência orgulhosa. “Foi necessária uma elaboração intelectual para o tornar legítimo.” Era um sexo provocatório, uma forma de luta e contestação. Era a pornografia, não era sexo como experiência erótica. Acabava por ser mais excitante tê-lo na estante do que lê-lo.
Lembra-se de descrições literárias com propriedades excitantes?
As cenas de amor em Por Quem os Sinos Dobram (1940), do Ernest Hemingway! Aqueles diálogos eram profundamente eróticos. Também o Quarteto de Alexandria (Lawrence Durrell), obras em que o sexo tem uma presença muito forte.
Foi consumidor de literatura erótica, na sua juventude?
Não havia muita. Nos finais dos anos 60 apareceram as primeiras traduções do Marquês de Sade, a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (Natá-lia Correia), e havia alguma BD (por exemplo, A Marca dos Avelares, histórias de uma família de homens com pénis enormes) que se comprava em determinadas tabacarias. Também me lembro dos livros da brasileira Cassandra Rios, com descrições eróticas tórridas, que eu achava altamente estimulantes. Na primeira metade do século passado a leitura deste tipo de descrições estava proibida às mulheres… Nas prateleiras de uma qualquer biblioteca que tivesse os chamados “romances de amor” para um consumo tipicamente “feminino”, poderíamos encontrar livros de autores como Guido da Verona (nomeadamente Mimi Bluette, A Flor do Meu Jardim, publicado em 1918). Era a história de uma bailarina de cabaret e as cenas de amor eram quentes, sensuais. Atenção que hoje continuariam a sê-lo. Eram livros contemporâneos de D. H. Lawrence, autor de O Amante de Lady Chatterley (1928), uma obra proscrita, mas o autor tinha outros com cenas de amor eventualmente mais estimulantes.
Chegou a ler Mimi Bluette, A Flor do Meu Jardim?
Sim, por volta dos 13 anos.
Isso era/é educação sexual?
Sim, completamente.
As mulheres continuam a precisar dessa educação sexual literária?
Estes livros permitiam a aprendizagem da estruturação do romance feminino, da narrativa do encontro amoroso e da verbalização dos afectos, sendo que alguns deles tinham também uma componente erótica.
Descreva uma cena erótica literária que a sua memória tenha guardado…
Há uma cena nos Maias, de Eça de Queiroz, que acho de um erotismo carregadíssimo, apesar de não ser explícita. Carlos está com Maria Eduarda e já sabe que são irmãos. A certa altura há um gesto, uma coxa que fica em evidência e eles fazem sexo. Aí há transgressão, ele sabe que está a ‘pecar’! Não voltei a ler a cena para não estragar esta memória.
Quando aconselha os seus pacientes a trabalharem o imaginário erótico, faz sugestões de leitura?
Não muitas vezes. Parto do princípio de que o que pode despertar uma pessoa, pode não funcionar com outra.
As mulheres portuguesas deviam trabalhar mais o seu imaginário erótico a partir da literatura?
Sim, estou completamente convencido disso. Muitas vezes me questionei sobre como aconselhar certas pessoas que eram autênticas folhas em branco em matéria de fantasias. Mulheres que se distraíam durante o acto sexual e não chegavam a lado nenhum. Eram provocantes, estimulantes, exibicionistas, mas não conseguiam ter prazer. Algumas delas, se estivessem a ler, conseguiam ir até ao fim, com excitação.
Isto acontece porquê?
Estas mulheres foram habituadas a pensar a excitação como sinónimo de perigo. E o livro era uma forma de se defenderem destes pensamentos de evitação. Enquanto liam, o pensamento de censura não entrava.
Publicação da Revista Máxima