mercoledì

Em 2007...




Em 2007 aprendi que há coisas na vida pelas quais lutamos e conseguimos. E outras pelas quais não vale a pena lutar. Aprendi a ouvir críticas sem reservas e elogios com alguma desconfiança. Aprendi que o tempo não se perde, gasta-se. Que o tempo que temos para quem amamos é sempre pouco. Que as pessoas de quem gostamos também ficam muito doentes. Que a amizade é um dos sentimentos mais bonito, mas muito difícil de encontrar. Aprendi que não se chama amigo(a) gratuitamente, a quem conhecemos ou falamos à uns dias. Amizade é muito mais que a palavra.






Que tenho uns pais que adoro excepcionais.



Que tenho um marido o mais amigo, companheiro, único, e que tenho o maior orgulho. Que o sucesso é efémero e consome. Que existem pessoas que tratam e humilham outras pessoas, quando sentem que estas estão debilitadas.



Que às vezes é preciso respirar fundo antes de responder, calar em vez de falar, fechar a gaveta sem a arrumar.



Que a vida nos traz situações que não esperávamos, e que temos que partir para a frente como se enfrentasse-mos um furacão. Em outras alturas traz-nos aquilo que mais desejamos e que quando alcançamos objectivos, temos que ter outros, senão a vitória não sabe a nada porque já foi conquistada.



Este ano de 2007 aprendi que não vale de todo a pena tentar aproximar-se de certas pessoas, quando elas jamais vão estar lá. Aprendi a respeitar e a ouvir os outros corações bater a um ritmo diferente do meu, que cada alma tem o seu modo e o seu tempo, que amar é saber respeitar o tempo e o modo de cada um.



Que não somos uma ilha, e precisamos todos uns dos outros, mesmo daqueles que sabemos que jamais estarão presentes...mais que não seja para os recordar.



Que a distância não tem nada a ver com quilómetros. Que ninguém constroí uma ponte sozinho. Que ausência (de alguns que amamos) doí muito.



Que quando se começa a construir alguma coisa, tem que ser pedra sobre pedra.



E que às vezes mais vale deitar tudo abaixo e começar de novo. Limpar as fundações e definir novas estratégicas. Que estar parado também é uma acção. Que estar calado também é comunicar. Que ficar quieto pode ser a forma mais inteligente de agir.



Este ano de 2007 descobri que cada vez gosto mais de Arte, que não sei viver sem ela. Que prefiro apreciar um quadro ou uma escultura sentada no chão sem sofá algum... Do que ter um conjunto lindíssimo de sofás e não ter o quadro ou a escultura.



Que o carinho ou uma palavra ternurenta é um bem precioso.



Que a solidão tem cor, cheiro e sabor e que me sinto bem muitas das vezes com ela. Aprendi a estar comigo.



Que a proximidade é uma arte. Que a generosidade que temos reverte sempre a nosso favor. Que a sinceridade é uma arma perigosa. Que o amor tem muito de guerra e muito de paz.



Aprendi que sou mais forte do que imaginava. Isto não é de todo um auto-elogio. Mas depois das muitas más situações que vivi este ano... Comprovei-o! Não vou de todo mencioná-las aqui, até porque são muito privadas e este blogue não é um diário para mim.



Aprendi que o tempo nos dá maturidade, e que nos ensina a distinguir o que é urgente daquilo que é mesmo importante, que nos mostra onde estão os verdadeiros amigos, que nos dita quais os princípios pelos quais nos regemos e como devemos lidar com as nossas fraquezas. O tempo ensina-nos a viver com os nossos defeitos e a respeitar as diferenças dos outros. Aprendi que nos dá sabedoria, tolerância, paciência, distância, objectividade, clareza mental.



Afasta as dúvidas e as hesitações. Aprendi que poupa-nos de decepções e enganos.Abre-nos os olhos quando somos os únicos a não ver. e dá-nos força para continuar, mesmo que alguém que nós amamos seja uma ausência, uma perda, uma falta,uma desilusão.



Aprendi que no fundo andamos todos à procura do mesmo: tranquilidade, doçura, confiança e estímulo.



Em 2007 aprendi que quero 2008 muito melhor. Que tudo na vida pode ser sempre melhor. Muito melhor. Muitíssimo melhor!!!

:: Nova Vida em 2008...



Fazemos a contagem regressiva. Saltam as rolhas das garrafas de champanhe. Comemos as 12 passas e abraçamos aqueles que mais amamos.

Temos a alma carregada de esperança. E mesmo os puramente racionais, que vêem o último e o primeiro dia do ano como dias como quaisquer outros, dificilmente não se contagiam com o clima de entusiasmo frente a um novo ano que começa.


Quantos de nós, entre pedidos e desejos, não pensamos também naquilo que esperamos concretizar a partir desse dia? Há sempre algo a melhorar, ou coisas pequenas ou grandes que realmente gostaríamos de mudar. É a casa que está uma confusão, o guarda-roupa que precisa ser limpo. São as finanças que não estão como gostaríamos, o peso que ultrapassou o limite do saudável ou mesmo aspectos mais complicados, como uma relação amorosa, a vida profissional ou algumas atitudes que sabemos que não nos fazem bem.


A passagem do ano tem o poder mágico de nos dar força para encarar estas situações e anima-nos a mudar. Só que, muitas vezes, esta energia esgota-se passado pouco tempo e estes planos não conseguem deixar a esfera das intenções. Acabam por não se concretizar, sendo deixados, uma vez mais, para outra ocasião. Com a ajuda de várias especialistas, revelamos a chave para conseguir alterar este cenário. Mudar é sempre possível. Todos nós fazemos mudanças. E isso pode não implicar mexer de forma profunda em nós mesmos.


“Quero parar de fumar, quero começar a fazer ginástica, vou aprender alemão, vou começar a deitar-me cedo e a comer melhor... Essas são pequenas mudanças que, acredito, a maioria das pessoas consegue fazer”, observa a psicóloga e psicoterapeuta Alexandra Coimbra. Depois, há aquelas transformações internas, mais profundas, que implicam romper com padrões já mais enraizados em nós e que representam processos mais complexos.


Guarda-roupa funcional Segundo Susana Marques Pinto, produtora de moda e consultora de imagem, depois de limpá-lo daquilo que já não usa há algumas estações, deve complementar o que se tem com peças que permitam dinamizá-lo. “Se tem tudo em tons escuros, por exemplo, deve jogar com peças mais claras.

Ou se tem demasiadas roupas estampadas, complementar com peças lisas e neutras”. Um guarda-roupa para o Inverno deve contar com um bom sobretudo clássico e, se houver mais recursos, também deve contar com um mais moderno. E com um tailleur de calças ou saia, que se poderá desmultiplicar em várias combinações. “Consoante o estilo da mulher, do guarda-roupa deve constar ainda um ou dois pares de calças de ganga, algumas malhas básicas e, cada vez mais, um ou dois vestidos práticos e, também, chiques.” Se tem menos recursos, detenha-se nos tons clássicos, que passam de um ano para outro. Se tem mais recursos, pode prender-se mais aos tons das tendências, mas que mudam de um Inverno para o outro.


Se a ideia é mudar o visual, é importante cuidar do aspecto a todos os níveis. “Só roupa não é suficiente”, refere. Para mudar é preciso, em primeiro lugar, querer”, refere a psicóloga. Seja qual for o tipo e a dimensão da mudança pretendida. “A mudança implica esforço. O querer mudar alguma coisa implica a pessoa ser capaz de perceber primeiro, e de forma clara, o que quer mudar.



Depois, é preciso criar espaço para esta mudança. E isso muitas vezes não é claro. Ou seja, para ganhar alguma coisa, eu tenho de perder outras. Para ser capaz de me impor uma nova rotina, um novo hábito, uma nova relação, tenho de criar espaço para isso acontecer, o que significa perder coisas antigas.” O problema é que o que nós conhecemos nos dá segurança, mesmo sendo padrões ou rituais que sabemos que não nos fazem bem ou não nos vão deixar muito felizes.


Nessa altura, o importante é fazer um balanço entre o que pretendemos alcançar e aquilo de que vamos ter de abrir mão. Quando acreditamos que aquilo que vai vir de novo é suficientemente positivo, aceitamos melhor ou conseguimos conviver melhor com a perda que isso implica. “É como quando as pessoas decidem terminar uma relação.


Habitualmente, não se termina uma relação amorosa de uma hora para a outra. É uma coisa pensada. É uma decisão difícil de tomar, mas as pessoas acreditam que, apesar da dor e da dificuldade inerente a essa decisão, vão criar espaço para ter uma vida diferente e possivelmente melhor. É isso que faz com que as pessoas sigam adiante. E só conseguem terminar quando acreditam que é possível que a vida seja melhor. Porque, senão, mantêm-se em relações infelizes para o resto da vida.”


Quando a mudança é muito difícil, começar por coisas pequenas talvez seja a melhor solução. Uma pessoa está numa relação infeliz, por exemplo, e não consegue alterar isso. O que é que ela pode fazer a nível das pequenas coisas que lhe possa dar um maior bem-estar? Ir à ginástica é uma coisa importante?

Conseguir encontrar-se com algumas amigas uma vez por mês para jantar? “É importante ser capaz de encontrar pequenas ilhas de satisfação, pois é através do prazer que eu sou capaz de acreditar que a mudança é possível. É por não querer mais o desprazer e a dor, e por experiências de prazer, que eu acredito que sou capaz de fazer diferente”, afirma Alexandra Coimbra.



Cada ano que se cumpre segundo Isabel Leal

Cada ano que se cumpre, cada ano que chega ao fim e nos obriga ao exercício renovado de balanços e pontos de situação, bem que pode ser uma forma de significar o tempo. Já se sabe que o tempo só passa. Que, para lá de um tempo cronológico que nos submete o corpo e o conduz de fase em fase (de desenvolvimento ou de envelhecimento), há um outro muito mais importante.


Esse outro tempo, dito psicológico, liga pouco à sequência dos dias e das noites, às estações que se repetem ano após ano, mesmo que hesitantes. Egoísta e autocentrado, escolhe, selecciona e imprime na memória farrapos de acontecimentos, fragmentos de estórias que nos marcaram, que mexeram connosco. É um tempo que só liga a emoções, sentimentos e afectos, que desfoca a realidade, amplia detalhes minúsculos, faz de grandes bocados da história do mundo assunto de somenos e enrola-se sobre si mesmo e sobre nós, sobre aquilo que somos e que significamos.



Cada ano que se cumpre é, por isso, o tempo que pode ser.

Para alguns, um tempo vazio e branco sem recordações nem eventos a assinalar.

Para outros, é o tempo a reter como a consagração de qualquer coisa: um filho que nasceu, um amor que se descobriu, um objectivo que se conseguiu.



Claro que o tempo cronológico é asséptico e instrumental como todas as coisas que são, apenas, o meio de cultura e de crescimento de muitas vidas. Os anos do mundo, com as suas guerras, os seus escândalos, as suas invenções e inovações conseguem ser apenas para nós o caldo em que individualmente nos atolamos ou também individualmente nos afirmamos.



Cada ano que se cumpre e que chega ao fim e nos obriga em mil pequenas coisas (uma festa, um feriado, uma agenda nova), a pontuar a nossa própria vida, bem que pode ser uma oportunidade, tão boa como outra qualquer, de perceber quem somos, onde estamos e para onde vamos.
A atitude também é importante na mudança. Agarrar-se aos aspectos negativos para acreditar que não é capaz não é o melhor caminho. A melhor atitude será prender-se mais aos aspectos positivos. A diferença entre o sucesso e o insucesso está em valorizar as pequenas mudanças que se vai fazer em lugar de dar mais importância a todas as pequenas coisas que não se consegue mudar.



É a questão do copo meio cheio e meio vazio. Em lugar de dizer “Hoje voltei a comer doces outra vez”, pensar “Hoje já consegui comer sobremesa só numa das refeições”. “É valorizar mais os pequenos ganhos que se vai tendo e que conduzem à mudança. Esta faz-se por pequenos passos”, refere Alexandra Coimbra. Conhecer-se a si próprio é outro aspecto relevante. Sobretudo quando se quer parar de fumar ou de comer em excesso. É importante perceber a que estado emocional é que se ligam as situações em que se come mais. Algumas pessoas são capazes de perceber que o fazem quando estão zangadas, irritadas, ansiosas ou tristes.



“E quando se tem este conhecimento, é possível controlar mais facilmente a situação.” Transformar familiares ou amigos em aliados pode ser um bom apoio, sobretudo quando as mudanças se estendem a eles ou nos afectam directamente.

Se, por exemplo, começar a fazer ginástica implica ter um pouco menos de tempo para a família, é importante fazê-los ver que o seu bem-estar será benéfico para todos. Quando, por outro lado, está em causa passar a ter uma alimentação saudável ou mudar outro hábito que se pode estender à família, se isso for falado e pensado em conjunto, envolvendo todos no processo, será mais fácil levar a mudança a bom termo.


Caso contrário, esta será sentida por todos como uma coisa difícil, suscitando reacções negativas. A família, ao participar, passa a ser uma força viva, um motor, e não um travão. Quando isso não é possível e a convicção é grande, é importante ser-se firme em relação àquilo em que se acredita.

“Se o olhar dos outros for muito crítico, então a pessoa tem de se proteger desse olhar. A opinião dos outros é importante, mas não deve ser impeditiva de se levar por diante uma mudança que se julga ser melhor para nós”, refere Alexandra Coimbra.


Nestas situações, a pessoa deve mostrar que não precisa de críticas, mas sim de apoio.” Num âmbito menos profundo, uma casa bem organizada ajuda a ter uma vida mais organizada. Uma boa arrumação leva a descobrir espaço onde nunca suspeitámos que havia, amplia divisões e dá uma maior sensação de conforto.

Com o tempo, vamos acumulando coisas que acabamos por nunca utilizar e talvez o primeiro passo seja livrar-se do supérfluo, guardando apenas o essencial.



Gostamos de começar pelo quarto. Isso ajuda a organizar a cabeça”, comenta Margarida Morais, da Homeorganizers, empresa especializada em arrumações a todos os níveis. Fazem a arrumação de quartos, escritórios, estantes, álbuns de fotografia, cozinhas. O objectivo é reaproveitar os espaços de forma funcional. “Procuramos reutilizar ao máximo o que a pessoa já tem, reciclando materiais e móveis”, explica. Margarida sugere que se comece pelos roupeiros. “Aí, é importante separar para dar as peças que a pessoa não tenha usado nas últimas estações. Desfazer-se das roupas que realmente não são usadas ajuda a criar mais espaço nos roupeiros, nem que seja para caberem novas peças, desta vez a serem realmente utilizadas.


O que não se vestiu até agora, temos a certeza de que a pessoa não voltará a vestir. É claro que há algumas peças de roupa que pertenceram à mãe ou à avó, que têm um valor especial, algum carisma e que podem voltar a estar na moda. Mas estes são casos especiais.” Nas cozinhas, a regra é ter à mão as coisas que são utilizadas com frequência, de forma a que não se perca tempo. É também importante, nas casas com crianças, manter inacessível aquilo que é perigoso para os mais pequenos.


Quartos de brincar devem ser periodicamente reordenados de forma a acompanhar as necessidades das mesmas. A limpeza de arrecadações e sótãos deve seguir a mesma filosofia: deitar fora o que não foi usado nos últimos anos, reciclar o que pode ajudar na arrumação e criar uma arrumação funcional que reúna os objectos consoante a sua utilidade. E até jardins e varandas podem e devem ganhar uma arrumação mais prática. Isto leva a que seja igualmente prática a sua manutenção.


Em altura de subsídio de Natal, nada como pensar em tratar das finanças. O primeiro a fazer, de acordo com Natália Nunes, da Deco, é delinear um orçamento familiar. “É pegar numa folha em branco e fazer duas colunas. De um lado, põe-se o que se recebe. Do outro, o que se consome, desde o café à prestação da casa e do carro”, comenta. Quem tem rendimentos irregulares deve ver a média de rendimento por mês no ano anterior, ou seja, ver ganhos somados, dividir por 12 e trabalhar com estes valores. É importante incluir neste cálculo as despesas que não são mensais – os seguros, por exemplo. Estas devem ser previstas e incluídas de forma a que todos os meses se deixe de lado uma parte do valor em questão para quando chegar a hora de pagar este custo.


O saldo da diferença entre despesas e receitas tem de ser positivo. E o ideal era que se conseguisse ficar com algum dinheiro para guardar ou fazer poupanças.

“Aconselhamos sempre que as famílias façam um pé- de-meia equivalente a cinco ou seis vezes o rendimento mensal da família”, refere a especialista da Deco.

Caso o saldo seja negativo ou se é impossível pôr mensalmente algum dinheiro de parte, é importante olhar de forma crítica para o que se gasta, de forma a analisar o que é que pode ser alterado ou mesmo suprimido. Existem pequenos truques para dar a volta a despesas fixas, como o consumo de água, gás e electricidade. Sites dirigidos a grupos de consumidores podem fornecer ideias preciosas e fáceis de pôr em prática. É o caso do site da Deco (http://www.deco.proteste.pt/).


Os compromissos de crédito são muitas vezes os responsáveis pelo desequilíbrio do orçamento familiar. “O peso destes compromissos não deve representar mais de 40 por cento do rendimento mensal da família”, recomenda Natália Nunes.

Se o for, deve-se contactar a entidade bancária para a reestruturação

do crédito. “Em regra, as entidades estão cada vez mais receptivas e interessadas nessa reestruturação, sobretudo quando se trata de crédito à habitação”, explica.

É importante ter em mente que, quando se contraiu o crédito, a realidade era distinta, o mercado estava diferente. Só isso já é suficiente para que uma família procure renegociar taxas e o spread.

Para quem enfrenta dificuldade nestas renegociações, a Deco pode actuar como mediadora.


O pedido de ajuda deve ser feito através da exposição escrita da situação e uma primeira resposta será dada dentro de alguns dias.

---- Com as contas em ordem e de posse de todas estas armas, 2008 será, sem dúvida, um ano em cheio.
Artigo da Revista Máxima

:: Para Ler... Pensar... e Meditar....



Para ler, pelo menos uma vez por dia, daqui até dia 25, sobretudo antes de sair de casa para ir gastar rios de dinheiro em futilidades e antes de enfardar quilos e quilos de comida em jantares de confraternização e de família...

:: Para...

"Para a nossa avareza, o muito é pouco;
Para a nossa necessidade, o pouco é muito."
Séneca

:: Quanto ?

Quanto Vale a Paz de Espírito?



Quanto vale uma consciência Tranquila?




- Vinte Mil Vidas -

Este é o número estimado de pessoas que morrem por dia em consequência da Fome e da Pobreza extrema.

:: Recente...

Recente relatório do Banco Mundial declarava:

" A Globalização parece aumentar a pobreza e a desigualdade...

Os custos de ajustamento para a maior abertura são suportados exclusivamente pelo pobre."

A Agência Central de Inteligência Norte-Americana (CIA), ainda em 2000, também abordou a questão:

" A economia global vai espalhar conflitos e estabelecer uma diferença maior entre vencedores e perdedores. Grupos excluídos enfrentarão profunda estagnação económica..."

A ONU também dizia no mesmo ano:

" O processo (Globalização) está concentrando poder e marginalizando o pobre."

O mais recente levantamento do Banco Mundial diz que 54,7 por cento da humanidade vive em estado de miséria ou pobreza extrema.

:: Acaso...

Acaso sabemos ou (sabe) o que significa passar fome?

E o que significa enfrentar a incerteza sobre se vamos ter com que nos alimentar?

E a incerteza quanto ao facto se conseguiremos sobreviver por mais um dia sem ter com o que nos alimentar...

:: Vivemos...

Vivemos num lastimável Mundo vergonhosos contrates...

Um Mundo capaz de deixar os necessitados à mercê da própria Sorte...

Um Mundo que muito pouco, quase nada, faz...

Mesmo diante da caótica situação geral, - da roubalheira, e do crescente sentimento de individualismo que impera...

... Contribua um pouco com a sua parcela para aliviar o sofrimento daqueles destituidos de quase tudo.

Cultive o sentimento de humanidade.

:: Existem...


Existem entidades sérias, ONGs, instituições religiosas, filantrópicas, etc.
Que necessitam da sua ajuda, seja material, seja como apoiante do voluntário que contribui com tempo e conhecimento.
Já pensou se na sua familia, ou (perto de si) alguém precisa da sua ajuda?
Procure informar-se!
Não ignore a pobreza incoberta!!!

:: O que será?...

O Que será que a menina, privada de quase tudo, responderá no dia em que lhe for dirigida a seguinte pergunta...

... " Acaso encontraste neste vasto Mundo alguém disposto a tentar amenizar a tua dor?"

:: Ajude!!!...

AJUDE!!!


Que a sua alma agradecerá.

"Que a sua alma dê ouvidos a todo o grito de dor, tal como o lotus abre o seu coração para sorver o Sol matutino."

Avoz do silêncio

Antigo texto Budista

domenica

:: Como...


Como se o teu amor

tivesse outro nome

no teu nome,chamo por ti;

e o som do que digo é o amor

que ao teu corpo substitui

a doçura de um pronome

- tu, a sílaba única de uma eclosão de flor.
Diz-me, então, por que vens ter comigo

no puro despertar da minha solidão?

E que mumúrio lento de uma cantiga de amigo

nos repete o amor numa insistência de refrão?
É como se nada tivesse para te dizer

quando tu és tudo o que me habita os lábios:

linguagem breve de gestos sábios

que os teus olhos me dão para beber.
in «Poesia Reunida 1967-2000»

Nuno Judice

lunedì

:: Escultura de Hermann Pitz...


Tránsito es el nombre de esta escultura del artista Hermann Pitz compuesta por 3.000 figuras de aluminio que representan a las más de 100.000 personas que trabajaron en condiciones de esclavitud durante el Tercer Reich. Ha sido presentada en la ciudad alemana de Nuremberg.Tránsito es el nombre de esta escultura del artista Hermann Pitz compuesta por 3.000 figuras de aluminio que representan a las más de 100.000 personas que trabajaron en condiciones de esclavitud durante el Tercer Reich. Ha sido presentada en la ciudad alemana de Nuremberg.Tránsito es el nombre de esta escultura del artista Hermann Pitz compuesta por 3.000 figuras de aluminio que representan a las más de 100.000 personas que trabajaron en condiciones de esclavitud durante el Tercer Reich. Ha sido presentada en la ciudad alemana de Nuremberg.

lunedì

:: Jardin de Invierno... Pablo Neruda



JARDÍN DE INVIERNO
Llega el invierno.
Espléndido dictado me dan las lentas hojas vestidas de silencio y amarillo.
Soy un libro de nieve, una espaciosa mano, una pradera, un círculo que espera, pertenezco a la tierra y a su invierno.
Creció el rumor del mundo en el follaje, ardió después el trigo constelado por flores rojas como quemaduras, luego llegó el otoño a establecer la escritura del vino: todo pasó, fue cielo pasajero la copa del estío, y se apagó la nube navegante.
Yo esperé en el balcón tan enlutado, como ayer con las yedras de mi infancia, que la tierra extendiera sus alas en mi amor deshabitado.Yo supe que la rosa caería y el hueso del durazno transitorio volvería a dormir y a germinar: y me embriagué con la copa del aire hasta que todo el mar se hizo nocturno y el arrebol se convirtió en ceniza.
La tierra vive ahora tranquilizando su interrogatorio, extendida la piel de su silencio.Yo vuelvo a ser ahora el taciturno que llegó de lejos envuelto en lluvia fría y en campanas: debo a la muerte pura de la tierra la voluntad de mis germinaciones.
Pablo Neruda
Jardín de invierno (1974)

mercoledì

:: Gabriel Garcia Marques...


BiografíaGABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ. Apunte biográfico . Por Olga Martínez Dasi.“He sido capaz de escribir porque Mercedes llevó el mundo sobre sus espaladas”“El secreto de la felicidad es hacer sólo aquello con lo que uno disfruta”.Gabriel García Márquez nace el 6 de marzo de 1928, en Aracataca, un pueblo de la costa atlántica colombiana. “Gabo”, como se le conoce cariñosamente, fue el mayor de una familia numerosa de doce hermanos, que podríamos considerar de clase media: Gabriel Eligio García, su padre, fue uno de los numerosos inmigrantes que, con la “fiebre del banano”, llegaron a Aracataca en el primer decenio del siglo XX.. Su madre, Luisa Santiaga Márquez, pertenecía, en cambio a una de las familias eminentes del lugar: era hija del coronel Nicolás Márquez y de Tranquilina Iguarán, que no vieron con buenos ojos los amores de su hija con uno de los “aventureros” de la “hojarasca” (como se llamaba despectivamente a los inmigrantes), que desempeñaba el humilde oficio de telegrafista. Por eso, cuando tras vencer múltiples dificultades, Gabriel Eligio y Luisa Santiaga consiguieron casarse, se alejaron de la familia y se instalaron en Riohacha. Sin embargo, cuando tenía que nacer su primer nieto, sus padres convencieron a Luisa Santiaga de que diera a luz en Aracataca. Poco después Gabriel Eligio y Luisa Santiaga regresaron a Riohacha, pero el niño se quedó con sus abuelos hasta que, cuando tenía ocho años, murió el abuelo, al que García Márquez consideró siempre “la figura más importante de mi vida”. De esos primeros ocho años de “infancia prodigiosa” surge lo esencial del universo narrativo y mítico de García Márquez, hasta el punto de que, con alguna exageración, ha llegado a decir: “Después todo me resultó bastante plano: crecer, estudiar, viajar... nada de eso me llamó la atención. Desde entonces no me ha pasado nada interesante”. Lo que sí es cierto es que los recuerdos de su familia y de su infancia, el abuelo como prototipo del patriarca familiar, la abuela como modelo de las “mamas grandes” civilizadoras, la vivacidad del lenguaje campesino, la natural convivencia con lo mágico... aparecerán, transfigurados por la ficción, en muchas de sus obras ( La hojarasca, Cien años de soledad, El amor en los tiempos del cólera ...) y el mundo caribeño, desmesurado y fantasmal de Aracataca se transformará en Macondo, que en realidad era el nombre de una de las muchas fincas bananeras del lugar y que según unos alude “a un árbol que no sirve pa un carajo” y según otros “a una milagrosa planta capaz de cicatrizar heridas”. Como el propio novelista explica: “Quise dejar constancia poética del mundo de mi infancia, que transcurrió en un casa grande, muy triste, con una hermana que comía tierra y una abuela que adivinaba el porvenir, y numerosos parientes de nombres iguales que nunca hicieron mucha distinción entre la felicidad y la demencia”. El paralelismo entre algunas circunstancias biográficas de García Márquez con algunos elementos de Cien años de soledad resulta evidente. Veamos algunos:· Su abuelo, como José Arcadio Buendía, fue uno de los fundadores de Aracataca. En lanovela se nos cuenta que José Arcadio, abandona su pueblo al verse continuamente hostigado por el fantasma de Prudencio Aguilar, al que se vio obligado a matar por un problema de honor. Con veintún compañeros, José Arcadio Buendía cruza la cordillera y funda Macondo. La fundación de Aracata, tal como Nicolás Marquez se la contaba a su nieto es muy parecida. También su abuelo había matado de muy joven a un hombre y “cuando no podía soportar la amenaza que existía contra él en ese pueblo, se fue lejos con su familia y fundó un pueblo”. A Gabo le solía decir siempre: “Tú no sabes como pesa un muerto”.· Nicolás Márquez era un sobreviente de las dos últimas guerras civiles y, como aquél tenía una larga progenie de “hijos de la guerra”, todos de edades parecidas, que se alojaban en su casa cuando estaban de paso por el pueblo y que doña Tranquilina recibía como propios. Como es evidente, Nicolás Márquez es asimismo el modelo del coronel Aureliano Buendía que “promovió treinta y dos guerras y las perdió todas. Tuvo diecisiete hijos varones de diecisietes mujeres distintas, que fueron exterminados en una sola noche. Escapó a catorce atentados, a setenta y tres emboscadas y a un pelotón de fusilamiento”. · Úrsula Iguarán se inspira en la abuela Tranquilina – que no sólo presta su apellido a Úrsula, si no que, al igual que el personaje, murió ciega y loca. Tranquilina Iguarán es, efectivamente, el modelo de muchos de los personajes femeninos de García Márquez que Vargas Llosa define así: “un caso ejemplar de la mater familias, matriarca medieval, emperadora del hogar, hacendosa y enérgica, prolífica, de temible sentido común, insobornable ante la adversidad, que organiza férreamente la vida familiar a la que sirve de aglutinante y vértice”. · La inmensa y asombrosa casa de los abuelos la reencotraremos en las solidas y tristes mansiones de su mundo narrativo: la casa de la Mama Grande, de los Asís, de los Nasar y, indudablamente, de los Buendía. García Márquez la recuerda así: “En cada rincón había muertos y memorias, y después de las seis de la tarde la casa era intransitable. Era un mundo prodigioso de terror (...) En esa casa había un cuarto desocupado donde había muerto la tía Petra. Había un cuarto donde había muerto el tío Lázaro. Entonces, de noche no se podía caminar en esa casa porque había más muertos que vivos”. En 1936 tras vivir un breve tiempo con sus padres en Sucre –donde Garbriel Eligio regentaba una farmacia- lo envían a estudiar bachillerato a diferentes internados: primero en Barranquilla (ver la entrañable página de Constanza Díaz Sierra sobre los primeros pasos literarios de Gabito) y, durante más tiempo, en Zipaquirá, lugar del que guarda recuerdos sombríos y dolorosos y donde, paralizado por la nostalgia de Aracataca, nunca llegó a integrarse. De ese periodo y de ese lugar cuenta García Márquez: “Zipaquirá era una ciudad fría, con techos de teja desagastada, y el colegio, un gran internado donde vivíamos doscientos trescientos niños... Los sábados y los domingos había salida, pero yo no me movía del edificio porque no quería enfrentarme con la tristeza y el frío del pueblo. Durante esos años pasé encerrado la totalidad de las horas libres despachando libros de Julio Verne y Emilio Salgari”. Seguramente, esos años de soledad, reclusión y lectura fueron decisivos para su futura vocación de escritor que, según Mario Vargas Llosa, es como una “solitaria” que atenaza el espíritu.En 1947, García Márquez se instala en Bogotá y empieza a estudiar derecho. Sus impresiones de Bogotá no son mejores que las de Zipaquirá: con sus “cachacos” que siempre “andaban de negro, parados ahí con paraguas y sombreros de coco, y bigotes”, la capital le parece “gris y yerta”, “asfixiante”, sinónimo de “aprehensión y tristeza”. Con estros rasgos describirá a Bogotá cuando raramente aparezca en su mundo ficción. Aunque estudia los cinco cursos de Derecho –algunos en Bogotá y otros en Cartagena, donde se había trasladado su familia y donde se hace amigo del poeta Álvaro Mutis- no llega a graduarse, porque, según confiesa, “me aburría a morir esa carrera”. Lo más importante de ese periodo es el encuentro con alguna de las personas más decisivas de sus vida –especialmente, Camilo Torres, el que luego será cura guerrillero cruelmente asesinado y Plinio Apuleyo Mendoza, desde entonces uno de sus amigos más íntimos. Otro circunstancia importante es que, en Bogotá, empieza a escribir, para el periódico El Espectador, sus primeras obras: diez cuentos, de los que abjurará después, que constituyen su “prehistoria” como escritor. También es remarcable que García Márquez participase, como otros muchos estudiantes, en las manifestaciones surgidas a raíz del “bogotazo”: el asesinato en 1948 de Jorge Eliecer Gaitán, político progresista aspirante a la presidencia de la república. El asesinato de Gaitán desencadena una escalofriante y larga oleada de violencia (casi trescientos mil muertos entre 1948 y 1962) que tendrá su reflejo en la literatura de García Márquez y de otros escritores, como Fernando Garrido y Álvaro Mutis, hasta el punto de que la narativa colombiana de estas décadas ha sido designada como “literatura de la violencia”. Pronto, García Márquez abandona los estudios de Derecho: en un viaje a Barranquilla conoce a un grupo de periodistas que le fascinan y decide instalarse allí y orientar totalmente su vida al periodismo, por lo que empieza a trabajar de columnista en “El Heraldo”, y a la literatura: se instala en un cuartucho ínfimo de un bloque de cuatro pisos llamado “el Rascacielos” y allí empieza a escribir su primera novela, La hojarasca.Gabo se integra en el llamado “Grupo de Barranquilla”, que se reúne en el “Café Happy” y el “Café Colombia”. Miembros del “Grupo de Barranquilla” son: Germán Vargas, Álvaro Cepeda y Alfonso Fuenmayor, periodista de “El Heraldo” de gran formación intelectual, al que García Márquez le debe el descubrimiento de los autores que más tarde se convertirán en sus modelos literarios: Kafka, Joyce y, muy especialmente, Faulkner, Virginia Woolf, y Hemingway. A las tertulias del “Café Colombia” acude también Ramón Vinyes, un viejo catalán republicano, escritor, ex-librero y profesor de un colegio de señoritas, al que García Márquez homenajeará en “el sabio catalán”, junto a sus tres amigos, en las últimas páginas de Cien años de soledad.En Barranquilla, García Márquez conocerá a Mercedes Barcha, quien más tarde se convertirá en su compañera de toda la vida.En 1954, convencido por Álvaro Mutis, García Márquez regresa a Bogotá. Allí, de nuevo para El Espectador, trabaja como reportero y crítico de cine. Ese periodo de apasionada dedicación al periodismo, dejará posteriormente huella en su literatura. Como señala Vargas Llosa, de allí proviene en buena medida su fascinación “por los hechos y personajes inusitados, la visión de la realidad como una suma de anécdotas” y “las virtudes de concisión y transparencia de estilo” de sus mejores libros, en los que narra con la precisión de un cirujano. Esta simbiosis de literatura y periodismo es clara en algunas sus obras narrativas publicadas, Relato de un náufrago (1955), Crónica de una muerte anunciada (1981), Noticia de un secuestro (1997). Desde ese momento, García Márquez no abandonará nunca su actividad periodística y posteriormente será colaborador habitual en periódicos de Colombia, Venezuela, México, España y Estados Unidos.En 1955, García Márquez va por primera vez a Europa como corresponsal de El Espectador. El que tenía que ser un breve viaje para alejarlo de las iras gubernamentales desencadenadas por la publicación de El relato de un náufrago, se convierte en una estancia de más de cuatro años: Ginebra, Roma –donde, además de cubrir la información de la enfremedad de Pío XII, se matricula en el “Centro Sperimentale de Cinematografía”- y finalmente París. Al poco de llegar a Francia, recibe la noticia de que El Espectador había sido clausurado y un cheque para el pasaje de regreso. Pero García Márquez, que había decidido seriamente ser escritor, decide quedarse en París. Afrontando grandes penalidades económicas (“Estuve viviendo durante cuatro años de milagros cotidianos”) y trabajando, como explica Vargas Llosa, “a diario, con verdadera furia, desde que oscurecía hasta el amanecer”, escribe La mala hora (1961) y paralelamente, a partir de un episodio que se le desprendió de esa obra, una de sus mejores novelas: El coronel no tiene quien le escriba (1958). Con su amigo Plinio Apuleyo Mendoza hace un viaje a los países del Este (Alemania Oriental, Checoslovaquia, Polonia, Rusia...) y luego escribe diez reportajes (al más célebre lo tituló “90 días en la Cortina de Hierro”) que quieren ser fundamentalmente objetivos, pero que contienen una serie de valoraciones contradictorias de adhesión y crítica, lo que demuestra la sinceridad e independencia de su opinión.En 1958, tras una estancia de dos meses en Londres, decide regresar a América, entre otras cosas porque sentía que se le “enfriaban los mitos”. Primero se instala en Venezuela, donde su amigo Plinio Apuleyo Mendoza le había conseguido trabajo de redactor en la revista Momentos. Al poco de llegar a Caracas, es testigo del bormbardeo aéreo y del asalto al Palacio presidencial, hechos que concluirán días después con el derrocamiento del dictador Pérez Jiménez.Estos hechos, especialmente la imagen, según cuenta Vargas Llosa, de la huida de “un oficial con una ametralladora bajo el brazo y con las botas embarradas” y la entrevista que le hizo al que, durante 50 años, había sido mayodormo de Palacio, sirviendo a varios presidentes y dictadores, serán decisivos en la gestación de un proyecto literario que empieza a obsesionarle: escribir una novela de tiranos, que reflexione sobre “el misterio del poder” y la capacidad de fascinación hipnótica de los tiranos. Otras experiencias recientes se imbrican con las que está viviendo en Venezuela y le ayudan a entender los mecanismos de la dictadura: el poder supremo del sumo pontífice en Roma, la fanática pervivencia del culto a Stalin que, cuatro años después de la muerte del dictador, había palpado en Moscú... Tardará 17 años en hacer realidad ese proyecto en la quinta de sus novelas: El otoño del patriarca (1975). En un viaje relámpago a Barranquilla, se casa con su novia Mercedes Barcha, con la que pronto tiene dos hijos, Rodrigo (que nació en Bogotá en 1959) y Gonzalo (que nacería en México tres años más tarde). Aunque su actividad periodística en Venezuela es muy intensa, García Márquez no abandona el quehacer literario: escribiendo sólo los domingos, redacta casi todos los cuentos de Los funerales de la Mama Grande (1961). En 1960, tras el triunfo de la Revolución Cubana, vive seis meses en la Habana, trabajando para Prensa Latina, agencia de noticias que dirige el periodista argentino, amigo del Ché Guevara, Jorge Ricardo Massetti. Prensa Latina fue creada por el gobierno cubano para contrarrestar la propaganda contra Cuba. Meses antes, García Marquez había creado la sede de Prensa Latina en Bogotá. En Prensa Latina participan, además de su inseparable amigo Plinio Apuleyo Mendoza, otros destacados intelectuales como el argentino Roberto Walsh y el novelista uruguayo Juan Carlos Onetti. Uno de los grandes éxitos de Prensa Latina es interceptar y descifrar un informe donde se daban detalles del desembarco armado americano en Playa Girón. Llegaron a averiguar el lugar exacto donde la CIA preparaba la operación: una hacienda de Retahulheu (Guatemala). En 1961 se instala en Nueva York como corresponsal de Prensa Latina. Se trata de un trabajo apasionante –por fin García Márquez dispone de un sueldo fijo y puede ejercer el periodismo con plena independencia, lejos de los monopolios capitalistas de opinión- pero es también un trabajo agotador y de mucho riesgo: es el momento más álgido de la campaña anticastrista y las continuas amenazas de la CIA y de los exiliados cubanos le hacen temer por la seguridad de su familia. No será por esto, sin embargo, por lo que García Márquez renunciará a Prensa Latina: dimitirá en solidaridad a Massetti, a quien, tras el ascenso del sector más sectario y burocrático, es alejado de la dirección de Prensa Latina.García Márquez decide establecerse en México, y probar suerte con la tercera de sus aficiones: el cine. Pero antes de abandonar Estados Unidos, recorre el sur de su admirado Faulkner. De ese viaje, que emprende sin apenas dinero, escribirá: “Son veinte días de ruta infernal por carreteras marginales, ardientes y tristes...Son veinte días de carretera, alimentándonos con leche malteada, con hamburguesas, conociendo en Atlanta un áspero rostro de los Estados Unidos (no querían recibirnos en los hoteles porque creían que éramos mexicanos) y leyendo, en otro pueblo del Sur, un letrero que decía: ”. Cuando descubre que es muy difícil abrirse camino en el mundo del cine, se encarga, aunque sin escribir una sola línea, de la organización de dos revistas de gran tiraje: una revista de señoras, La Familia y otra de crímenes sensacionalistas, Sucesos. Más tarde, trabaja en el mundo de la Publicidad.A partir de 1963, García Márquez consigue por fin trabajar como guionista. Su primer guión, El gallo de oro, lo escribe en colaboración con Carlos Fuentes a partir de un cuento de Juan Rulfo. (Dos años después, García Márquez y Fuentes volverán a trabajar juntos en la adaptación cinematográfica de Pedro Páramo, lo que demuestra la admiración que ambos sienten por la escueta e intensísima obra del silencioso escritor mexicano).Otros trabajos de guionista de García Márquez son: Tiempo de morir de Arturo Ripstein (aparentemente una esquemática película de “charros”, pero que contiene ya algunas de las obsesiones de García Márquez: la venganza, la muerte, el destino trágico, la soledad...), H.O. también con Ripstein; Patsy, mi amor y una adaptación de su cuento “En este pueblo no hay ladrones”. Aunque García Márquez dice no estar satisfecho de ninguno de sus trabajos cinematográficos, considera que su decepcionante experiencia en el mundo del celuloide le fue de gran utilidad, pues paradójicamente le ayudó a tomar conciencia de las limitaciones del cine (que hasta este momento consideraba “el medio de expresión perfecto”) y a entender por fin “que las posibilidades de la novela son ilimitadas”.Sin esa convicción, tal vez García Márquez no hubiera superado nunca ese periodo de sequía literaria (de 1961 a 1965 no escribió ni una sola línea de creación), consecuencia de un íntimo “sentimiento de fracaso” respecto a la obra que había escrito hasta ese momento. Así lo describe el crítico Emir Rodríguez Monegal en 1964: “Entonces García Márquez era un hombre torturado, un habitante del infierno más exquisito: el de la esterilidad literaria”.Gabo escapa de ese “infierno” con la escritura de la que, seguramente, es la más importante de sus obras: Cien años de soledad (1967), lo cual sólo fue posible cuando, casi como en en un “milagro”, sabe de repente con qué técnica y con qué procedimientos ha de escribir la historia de ese Macondo y de ese universo mítico de su infancia que le obsesionan desde sus inicios como escritor. La “revelación” tuvo lugar un día de enero de 1965 mientras conducía su Opel por la carretera de México a Acapulco. Inesperadamente para el coche y le dice a Mercedes: “¡Encontré el tono! ¡Voy a narrar la historia con la misma cara de palo con que mi abuela me contaba sus historias fantásticas, partiendo de aquella tarde en que el niño es llevado por su padre a conocer el hielo!.García Márquez decide encerrarse a escribir su novela de Macondo y los Buendía. Logra reunir cinco mil dolares (los ahorros de la familia, las ayudas de sus amigos, especialmente de Álvaro Mutis) y le dice a Mercedes que mientras tarde en escribir su novela se ocupe de todo y no lo moleste bajo ningún concepto. Cuando después de 18 meses de duro trabajo concluye Cien años de soledad, Mercedes le espera con una deuda doméstica que sobrepasa los 10.000 dolares. Para enviar el manuscrito de Cien años de soledad a Buenos Aires, concretamente a la Editorial Sudamericana de Francisco Porrua, deben empeñar los tres últimos objetos de un cierto valor que les quedan: una batidora, un secador de pelo y la estufa. Cien años de soledad aparece en junio de 1967. El éxito es fulminante: en pocos días se agota la primera edición y en tres años se venden más de medio millón de ejemplares. Según Vargas Llosa, “el éxito resonante deja a García Márquez mareado y algo incrédulo”, aunque feliz porque por fin puede dedicarse exclusivamente a escribir.De 1968 a 1974 vive en Barcelona: quiere alejarse –aunque inútilmente- de la persecución cada vez más agobiante de la fama y palpar el ritmo de la vida cotidiana en una dictadura (aquí se viven los últimos años del franquismo), pues se ha decidido por fin a convertir en novela esa imagen que le persigue desde hace diecisiete años: un déspota viejísimo se queda sólo en un palacio lleno de vacas.En 1975 aparece por fin El otoño del patriarca, que, escrita según la técnica del monólogo múltiple (voces diferentes que cuentan, desde perspectivas diferentes, la misma historia) es para García Márquez “mi libro más experimental y el que más me interesa como aventura poética. También el que me ha hecho más feliz” .Entre Cien años de soledad (1967) y El otoño del patriarca (1975) escribe algunos cuentos y un guión de cine, a partir de un episodio desgajado de Cien años de soledad, que finalmente se convierte en una novela breve: La increíble y triste historia de la cándida Eréndida y de su abuela desalmada (1972). Desde 1974, García Márquez alterna su residencia entre México, Cartagena de Indias, La Habana y París. Desde esos años, tan difíciles para América Latina, García Márquez es consciente de su resposabilidad como intelectual de prestigio: estrecha lazos de amistad con mandatarios de tendencia progresista (Fidel Castro, Torrijos, Carlos Andrés Pérez , los sandinistas, últimamente, Hugo Chávez...), se convierte en embajador extraoficial del continente, lucha activamente en defensa de los derechos humanos... En 1981 escribe Crónica de una muerte anunciada, novelando unos hechos reales acaecidos en Sucre durante su juventud y asumiendo por primera vez el papel de narrador. Al escribir Crónica de una muerte anunciada, García Márquez contraria a su madre que le había pedido que no escribiera una historia en la que intervenían tantos parientes, al menos mientras la madre del hombre que inspiró a Santiago Nasar siguiera viva.Ese mismo año, en pleno lanzamiento de Crónica de una muerte anunciada, el gobierno conservador lo acusa de financiar al grupo guerrillero M-19. García Márquez se ve obligado a pedir asilo político en la embajada mexicana y abandona Bogotá en medio de un gran escándalo. Meses después, ya en 1982, le conceden el Premio Nobel de literatura.En la ceremonia del Nobel, viste con una guayabera caribeña blanca y lleva en la mano un rosa amarilla, símbolo de Colombia y su amuleto personal (Mercedes coloca cada día una en su mesa de trabajo). Elige como tema musical el Intermezzo interrotto de Bela Bartok. Su discurso de agradecimiento es un canto de amor a América Latina. Entre otras cosas dijo:“Me atrevo a pensar que es esta realidad descomunal, y no sólo su expresión literaria, la que este año ha merecido la atención de la Academia Sueca de la Letras. Todas las criaturas de aquella realidad desaforada hemos tenido que pedirle muy poco a la imaginación porque el desafío mayor para nosotros ha sido la insuficiencia de los recursos convencionales para hacer creíbles nuestra vida. Éste es el nudo de nuestra soledad”.Concluyó formulando un deseo: el de “una nueva y arrasadora utopía de la vida, donde nadie pueda decidir por otros hasta la forma de morir, donde de veras sea cierto el amor y sea posible la felicidad, y donde las estirpes condenadas a cien años de soledad tengan por fin y para siempre una segunda oportunidad sobre la tierra”.Con parte de los 157 mil dolares que gana con el Nobel, decide “fundar un diario en Colombia con periodistas menores de treinta años, para que adquieran el oficio como se debe. Un diario destinado a exaltar los valores fundamentales del hombre, sin banderías”. En homenaje a un cuento de Borges decide llamar al periódico El otro, aludiendo con ello a su “otra” vocación y personalidad.Involucra en el proyecto a dos de sus grandes amigos: a Rodolfo Terragno, fundador de El diario de Caracas y el novelista argentino Tomás Eloy Martínez. El proyecto, sin embargo, morirá antes de nacer, como dice García Márquez, “asfixiado por la literatura”. Una noche inquieta (a García Márquez le preocupa encontrar el tono adecuado para El otro: ¿un realismo mágico sembrado de adjetivos restallantes? ¿la precisión de cirujano de sus crónicas políticas?) sueña con “una novela en la que un viejo de 80 vive una historia de frenesí sexual con una vieja de 70”. El demonio de la literatura le ha entrado otra vez en el cuerpo y sabe que ya no puede escapar de él.Cuando todo está preparado para la aparición de El otro, les dice a sus amigos: “Instálense en Bogotá y empiecen a trabajar. Yo tengo que encerrarme a escribir la novela sobre los viejos”. Sus amigos, obviamente, se niegan (¿cómo El otro de García Márquez se va a escribir sin García Márquez?) y el García Márquez novelista se instala en la mágica Cartagena de Indias, donde, en “un periodo de felicidad casi completa” escribe la historia de Florentino Ariza y Fermina Daza, en la que recrea el difícil noviazgo de sus padres: El amor en los tiempos de cólera (1985).En 1986 cumple una vieja deuda con la tercera de sus pasiones: promueve la Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano y funda -con la ayuda del director argentino Fernando Birri, al que conocía desde sus años en Italia- la Escuela de cine de San Antonio de los Baños, en Cuba. Allí cada año, García Márquez dirige un taller de guión, donde diez jóvenes inventan conjuntamente una historia. A los mejores alumnos se los lleva a México para trabajar en otro taller de guiones, éste profesional: realizan guiones para la televisión y, con parte de los beneficios, consiguen fondos para financiar la Fundación y la Escuela.En Cómo se cuenta un cuento (1995) relata una de las experiencias del taller de guión: inventar una historia que pueda ser contada en formato de media hora. El guión “Me alquilo para soñar” -que primero fue uno de los doce Cuentos peregrinos (1992)- es uno de los frutos de ese taller de guión, que fruto del trabajo conjunto de García Máqrquez, el cineasta brasileño Doc Comparato y diez jóvenes enamorados del cine y de la literatura. En 1989 escribe El general en su laberinto, una nueva novela histórica donde cuenta el camino hacia la muerte de Simón Bolívar a los 47 años, por el río Magdalena de su infancia. El origen de esta novela es una frase de su manual escolar de historia, que guardaba en su memoria: “Al cabo de un largo y penoso viaje por el río Magdalena, murió en Santa Marta abandonado por sus amigos”.Aunque ya no lo necesita económicamente, García Márquez se ha impuesto la disciplina, “para mantener el brazo caliente”, de escribir, entre novela y novela, un artículo semanal que publica en diferentes periódicos. Una selección de estos artículos que, hablan de sus impresiones y recuerdos de las diferentes ciudades europeas en las que vivió, las recoge en Notas de prensa (1991), obra que se convierte así en una especie de memorias noveladas de sus años en Europa. Antes de editarlo en forma de libro vuelve a las ciudades emblemáticas de su juventud (Ginebra, Roma, París, Barcelona...) y escribe: “Ninguna tenía ya nada que ver con mis recuerdos. Todas estaban enrarecidas por una inversión asombrosa: los recuerdos reales parecían fantasmas de la memoria, mientras que los recuerdos falsos eran tan convincentes que habían suplantado a la realidad (...) En esos ocho meses febriles no necesité preguntarme dónde terminaba la vida y dónde empezaba la imaginación, porque me ayudaba la sospecha de que quizás no fuera cierto nada de lo vivido veinte años antes en Europa”. Tras ese viaje hacia su propia memoria, vuelve a reescribir todos los artículos. En 1992 escribe Doce cuentos peregrinos. Según el propio autor se trata de : “una colección de cuentos cortos, basados en hechos periodísticos, pero redimidos de su condición mortal por las astucias de la poesía”. Muchos de ellos, antes de ser finalmente cuentos, fueron historias escritas con otros fines: cinco fueron notas periodísticas; otros cinco, guiones de cine y uno, un serial de televisión.En 1994 publica su última novela, Del amor y otros demonios , una novela ambientada en la Cartagena de Indias del siglo XVIII, que cuenta los amores imposibles entre un cura de treinta años y una marquesita criolla de doce, a la que debía exorcizar.Aunque desde hace años lucha incansablemente contra un cáncer, García Márquez continúa lleno de proyectos y sigue demostrando una admirable energía. Consciente de que “nunca ni un solo minuto he dejado de ser periodista”, convence a su amigoel novelista argentino Tomás Eloy Martínez para que funden juntos un taller de periodismo, la Fundación para el Nuevo Periodismo Iberoamericano. Se trata de una escuela sin muros, donde –a través de seminarios, conferencias y cursos-se convoca a estudiantes de periodismo de todo el mundo para profundizar sobre temas que las escuelas de periodismo y las redacciones de periódicos suelen omitir. La Fundación es su personal homenaje al que sigue considerando “el mejor oficio del mundo”.En 1996 publica Noticia de un secuestro, un reportaje novelado de un secuestro colectivo, de diez personas (ocho de ellas periodistas), a manos de la banda de narcotraficantes de Pablo Escobar. García Márquez, que trabajó duramente en este libro tres años, definió “esta tarea otoñal como la más difícil y triste de mi vida” y como “una experiencia humana desgarradora e inolvidable”. A finales de 1995, cuando acaba de concluir Noticia de un secuestro y el país vive pendiente de otro secuestro –el de Juan Carlos Gaviria, hermano del ex presidente- lee un insólito comunicado en la prensa: los secuestradores ofrecen la liberación de Juan Carlos Gaviria si García Márquez asume la presidencia del gobierno en lugar del actual mandatario, Ernesto Samper. La respuesta de García Márquez es contundente: “Nadie puede esperar que asuma la irresponsabilidad de ser el peor presidente de la República (...) Liberen a Gaviria, quiténse las máscaras y salgan a promover sus ideas de renovación al amparo del orden constitucional.”Actualmente se dice que trabaja en sus memorias (que posiblemente se llamarán Vivir para contarlo) y en tres novelas. Una de ellas cuenta la historia de un hombre que morirá al escribir la última frase. García Márquez tiene la extraña sensación de que puede ocurrirle lo mismo que a su personaje. Tal vez por ello, la novela avanza lentamente...

:: Gabriel Garcia Marques...

Premio Nobel de literatura, durante la
presentacion de los premios de la Fundacion
Nuevo Periodismo Iberoamericano en Monterney
México

domenica

:: Patricia Vasconcelos...




Se o Amor Fosse Só Isso, o álbum de Patrícia Vasconcelos, é a nova face da sua personalidade
Por leonor xavier l Fotografia de Pedro Bettencourt








Quando diz “dou-me bem com toda a gente”, não a deixam mentir todos aqueles que a conhecem já que encontrá-la, festejá-la, abraçá-la nos tantos e variados espaços de Lisboa é gosto, prazer, agrado.

Tem por profissão a responsabilidade de casar actores/actrizes com personagens/papéis em cinema, televisão, publicidade. Às vezes, teatro. Casting Director, assim mesmo em inglês, se diz o que faz. E ao todo, aos 41 anos plenamente vividos, tem mais de 300 títulos de obras/imagens de todo o género, em que participou. Longas-metragens, mais de 50. Filmes publicitários, mais de 100. Sem falar de curtas-metragens, telefilmes, séries de televisão. Raros entre nós são os actores que não conheça ou não nos tenha apresentado. E muitos são os que tem formado na sua própria Escola, desde o ano 2000. Mãe de dois filhos, Thomas, 15 anos, e Laura, quatro, descasada, não se aflige com o recomeçar dos dias. Ultimamente, está em mudança de vida e total felicidade. “A dream comes true”, exclama. “Andei tantos anos a realizar os so-nhos de outros, é altura de realizar os meus.”

Da mãe, Helena Guerra, fala com admiração: “Uma das mulheres mais bonitas que conheci, era uma espécie de Sofia Loren. As maquilhagens também ajudavam, ela tinha os olhos muito expressivos. Tem allure, tem uma cara extraordinária. Sente-se quando ela entra num sítio, goste--se ou não, é uma mulher culta, inteligente, conversa bem.” Do pai, o cineasta, realizador de cinema, António-Pedro Vasconcelos, fala mais no presente do que no passado: “Descobri-o tarde. Fui, sem querer, retirada do convívio com ele aos 10 anos. Mas tive a sorte de crescer com um grande senhor que era o Álvaro Guerra [segundo marido de Helena Guerra]. Perguntavam-me: ‘O teu pai?’ E eu: ‘Qual deles?’ Foi um grande privilégio poder receber cartas do meu pai e conviver com o escritor Álvaro Guerra, que foi convidado pelo [Presidente Ramalho] Eanes a abrir a Embaixada de Portugal na Jugoslávia. Sempre vivi com o Álvaro Guerra, os meus pais separaram-se tinha eu seis meses e aos 10 anos estava no Colégio Moderno.”

“Ter filhos saudáveis,
ter saúde, ser independente.
A partir daí,
é arregaçar as mangas.”

“A vida dá muitas voltas”
Responsável pelo casting de inúmeros filmes, Patrícia Vasconcelos resolveu fazer uma surpresa, no dia do casamento, ao seu marido: cantar jazz. Foi tal o sucesso que deu início a uma segunda actividade que agora a levou à gravação de um álbum. A bonita voz de uma mulher com muita garra.

Em 1976, uma nova fase na sua vida: “Eu e o meu irmão fomos para a Jugoslávia num avião militar, não havia voos comerciais para lá. Vivemos um ano num hotel gigantesco, o mais chique de Belgrado. As nossas brincadeiras eram jogar às escondidas na cozinha ou na lavandaria do hotel. Havia vários embaixadores, convivíamos com os do Senegal, que tinham muitos filhos da nossa idade. Em Belgrado fui para o Liceu Francês. Os meus primeiros amores, amizades, desilusões foram passados na Jugoslávia. Tive uma infância tão feliz!”

Do Zaire, onde viveu dos 18 aos 23 anos, voltou para Portugal por saudades. Em Kinshasa, aos 19 anos, a paixão fez-se casamento e separação: “Era um belga lindo, com a altura do meu pai. Não queria casar, queria ir viver com ele. O Manel [Álvaro Guerra] disse-me que para isso tinha de casar. Eu chorei muito. ‘Casem-se’, dizia a mi-nha mãe. Durou cinco anos.” No Zaire foi hospedeira de terra na Lufthansa: “Adorava o que fazia.” Mas não conseguiu ser transferida para Lisboa e ficou sem trabalho. “Lembro-me do meu pai, durante um almoço: ‘O que queres fazer da vida?’ Eu gostava de moda, mas não havia uma profissão pela qual me apetecesse lutar. Fui parar a uma Feira de Moda no Fórum Picoas, chamada Os Hábitos do Fórum, em que a ideia era convidar a nova geração de estilistas para trabalharem com as fábricas de têxteis do Norte. Sou exigente, trabalhei como uma moura, não tinha tempo para o meu marido. Ele foi-se embora com muita dignidade, deixou-me uma carta de despedida. Era um senhor. Fantástico. Continuei a organizar a Feira e no fim, estávamos em 1987-1988, fizeram-me uma proposta. Não aceitei.”

Outra fase, definitiva, se iniciava: “O meu pai preparava o Aqui d’El Rey, um filme de época que era a maior co-produção do cinema português, em 1988, 1989. Ofereci-me para trabalhar, comecei como motorista e depois aterrei no guarda-roupa. Vestia os actores no plateau, que é o local das filmagens, tinha oportunidade de observar as pessoas mais competentes e de ver que tudo era minucioso. Não havia quem escolhesse bem os actores secundários. Vi que havia ali um nicho de mercado.”

Uma paixão, um filho, um rumo, Patrícia descobriu a fórmula, cheia de certezas: “Apaixonei-me perdidamente, de paixão assolapada, por um dos quatro assistentes de realização. O Nicolas, filho do Alain Oulman, é o pai do Thomas. Acabou o filme, o pai dele morreu, fomos para Paris, lá ficámos uns meses.” Sem perda de tempo, Patrícia foi à luta, para descobrir exactamente o que era casting: “É uma profissão autodidacta, não há um curso.” Não desistiu e foi à procura de um nome sempre citado: “Uma senhora que em 1989 tinha 70 e tantos anos. Telefonei-lhe, ia nervosíssima. Margot Capellier era um ícone, recebeu-me rodeada de fotos no chão, mandou-me sentar. ‘Sabes quem é a Maria de Medeiros? O Luis Miguel Cintra? Tens de conhecê-los todos.’ Levei a maior lição, marcou-me para a vida.” Entretanto, nasceu o seu primeiro filho, Thomas. O pai, Nicolas, foi estudar para os Estados Unidos, e já em Lisboa, sozi-nha e com um fi-lho, Patrícia deitou mãos à obra. Passou a ir sempre ao teatro: “Vejo o actor em cena, o que posso tirar dele não é linear. O verdadeiro entusiasmo, o desafio, é perceber que aquele actor pode fazer outro papel. Não revelo ninguém mas tenho a sorte de o actor me bater à porta. Ajudo a concretizar sonhos. Gosto muito do que faço, sou uma verdadeira privilegiada, o meu trabalho é o contrário da monotonia. Leio os guiões, tenho de dar vida às personagens, sou uma colaboradora do realizador, ajudo, dou ideias.”

Bem sucedida no trabalho, outro amor aconteceu: “No fim do século passado apaixonei--me por um outro homem e tive a Laura.” Mostra os dois anéis que usa: “Desenhei-os para os meus filhos, cada um tem uma frase representativa do que eu acho que eles são. São peças importantes para mim. Eu ligo muito aos objectos. Perdi outro filho, foi duro, fiquei com uma admiração mais sentida pelas pessoas que perdem uma gestação recente. A natureza é sábia, se não quer é melhor não forçar.” O amor tornou-se casamento: “Apeteceu-me fazer uma surpresa ao meu marido. E cantar umas músicas, uns clássicos de jazz. Preparei-me uns meses com umas lições privadas. No dia do casamento ninguém sabia disto. Casei-me de vermelho no Santiago Alquimista e cantei. Lembro-me do Nicolau Breyner sair disparado do meio das pessoas: ‘Tu cantas.’ Deu-me um beijo. O meu pai, que não é nada de fazer elogios, e ia fazer um filme a seguir: ‘Cantaste uma música que eu tinha pensado pôr n’Os Imortais.’ Pensei: ‘Algum jeito hei-de ter.’”

Da descoberta do palco até à decisão do estudo, um instante: “Fui para a escola aprender. Candidatei-me ao Hot Club, entrei para o curso livre. Tinha aulas de canto todas as semanas, a minha professora, Joana Rios, disse-me que devia começar a cantar nos bares. E assim foi. De repente gerou-se uma curiosidade: ‘Então a Patrícia canta? A Patrícia dos castings?’ Comecei a ter sempre as casas cheias. Passei a ser a voz dos jingles da Rádio Marginal. Em troca, apoiaram-me nos concertos.”

Há cinco anos, Patrícia conheceu um rapaz, “um talento”, que a desafiou para duas músicas no disco dos Mola Dudle: “Quando o conheci, tive o feeling de que tinha de o convidar para fazer um disco para mim. E assim começou a nossa aventura. Há quase dois anos e meio, tem sido todos os dias. A dream comes true. As letras são quase todas do meu pai, que se revelou um grande letrista.”

Não sofre de stress, afirma-se metódica e organizada. Tem por princípio que “a vida dá muitas voltas. Todos os dias me deito a agradecer as coisas que são fundamentais na vida. Ter filhos saudáveis, ter saúde, ser independente. A partir daí, é arregaçar as mangas e ir trabalhar”. Mulher de mão-cheia.