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Mulheres, tabus & gigolos
No seio de uma França mais tradicional e habituada a tratar com elegância e savoir-faire os assuntos delicados, o filme Cliente, de Josiane Balasko, lança luz sobre um dos tabus mais bem guardados, gerando uma série de controvérsias no panorama cultural francês. O enredo conta-nos a vida de uma mulher, Judith (Nathalie Baye), apresentadora de um canal televisivo de vendas que, aos 51 anos, se vê divorciada e incapaz de refazer a sua vida amorosa. Aparentemente um lugar-comum, a polémica instala-se quando Judith decide recorrer aos serviços de um gigolo profissional. Um dos mais antigos bastiões masculinos, o da prostituição, ganha novos contornos femininos, numa perspectiva em que a mulher passa a ser a cliente e não a prostituta. Esta história parece representar uma nova realidade em França, onde a procura destes serviços floresce, em consequência da emancipação feminina e do crescente número de divórcios. Judith é caracterizada como uma mulher que controla a sua vida, os seus sentimentos e a sua vida sexual, sem pedir desculpas ou sentir vergonha. A curiosidade sobre o mundo erótico dos gigolos deu origem ao lançamento de uma série de livros e documentários sobre o tema.