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:: Fala-se de Livros...

Demónios, de Fiódor Dostoiévski
Publicado em 1872, Os Demónios é uma das obras-primas de Fiódor Dostoiévki. Esta obra trata-se de um romance de cariz político, inspirado na história verdadeira de um assassinato político que chocou a Rússia. Em 1869, um grupo

de reformadores liberais, mais conhecidos por niilistas, assassinou um
elemento do seu próprio grupo no meio de uma conspiração contra o czar. Dostoiévski parte do assassinato e do julgamento que se lhe seguiu para
construir um romance, que funciona também como um manifesto contra a ideologia materialista que, segundo ele, estava a contaminar a sua pátria.
O resultado é uma obra-prima profética ambientada na Rússia pré-Revolução, que antevê o pesadelo estalinista.
Os ‘demónios’ deste romance são as ideologias importadas do Ocidente: o racionalismo, o positivismo, o materialismo, o ateísmo, entre muitos outros ‘ismos’. São ainda analisados os problemas
sociais e políticos da segunda metade do quartel do século XIX, como por exemplo o poder autocrático e as suas ramificações e incidências.
Uma obra maquiavélica incontornável na produção de Dostoiévski,
traduzida directamente do russo por Nina Guerra e Filipe Guerra.
(Presença, 664 pp, € 25)

O reino das Mulheres, O Último Matriarcado, de Ricardo Coler
Como será uma sociedade em que mandam as mulheres? Ricardo Coler
viajou até ao último dos matriarcados e começou a sua exploração
cheio de perguntas e de dúvidas. Será que os papéis que assumimos e o
carácter das nossas relações familiares, sexuais, laboriais são naturais, adquiridos ou impostos? O apaixonante relato de Coler revela-nos que a sexualidade e a família podem seguir vias separadas, que o casamento
não é a única, nem sequer a mais importante, das instituições familiares.
Nesta sociedade, ninguém precisa de um parceiro para se sentir feliz,
e também o valor atribuído ao dinheiro e à violência difere muito do
nosso. Um relato surpreendente que nos deslumbra e nos convida a
reflectir acerca do nosso próprio estilo de vida, já vendeu mais de
180.000 exemplares, na Argentina.
(Quetzal, 190 pp, € 17)


Encontro em Lisboa, de Tom Gabbay
Julho, 1940. Rodeado de nazis e mulheres fatais, Jack Teller inicia uma guerra para acabar com todas as guerras Estamos no Verão de 1940 e a Europa está

sob o jugo da máquina de guerra nazi. Jack Teller chega a Lisboa, cidade neutra, pelo braço da estrela de cinema Lili Stern, para ajudar a procurar a sua amiga de infância, Eva Lange. Tendo fugido do terror nazi, crê-se que Eva esteja escondida por entre os milhares de refugiados desesperados que caíram sobre Lisboa.

Mas Jack não é o único no seu encalço. O melhor detective de Hollywood, Eddie Grimes, estivera a tratar do caso - até aparecer morto. Em vez de respostas, Jack põe a descoberto uma série de mistérios que vão desde os glamorosos clubes nocturnos do Estoril - convivendo com pessoas como Eduardo, duque de Windsor, e a sua ardilosa mulher, Wallis Simpson - até às ruelas húmidas e perigosas de Lisboa. Jack vai fazendo descobertas chocantes que o levam de Lisboa às avenidas arriscadas de Paris, onde os seus actos podem mudar o curso da guerra. Encontro em Lisboa evoca os tempos de terror e incerteza, e impõe o lugar de Tom Gabbay entre os melhores escritores policiais da actualidade.
Casa das Letras, 332 pp, € 18)