domenica

:: Patricia Vasconcelos...




Se o Amor Fosse Só Isso, o álbum de Patrícia Vasconcelos, é a nova face da sua personalidade
Por leonor xavier l Fotografia de Pedro Bettencourt








Quando diz “dou-me bem com toda a gente”, não a deixam mentir todos aqueles que a conhecem já que encontrá-la, festejá-la, abraçá-la nos tantos e variados espaços de Lisboa é gosto, prazer, agrado.

Tem por profissão a responsabilidade de casar actores/actrizes com personagens/papéis em cinema, televisão, publicidade. Às vezes, teatro. Casting Director, assim mesmo em inglês, se diz o que faz. E ao todo, aos 41 anos plenamente vividos, tem mais de 300 títulos de obras/imagens de todo o género, em que participou. Longas-metragens, mais de 50. Filmes publicitários, mais de 100. Sem falar de curtas-metragens, telefilmes, séries de televisão. Raros entre nós são os actores que não conheça ou não nos tenha apresentado. E muitos são os que tem formado na sua própria Escola, desde o ano 2000. Mãe de dois filhos, Thomas, 15 anos, e Laura, quatro, descasada, não se aflige com o recomeçar dos dias. Ultimamente, está em mudança de vida e total felicidade. “A dream comes true”, exclama. “Andei tantos anos a realizar os so-nhos de outros, é altura de realizar os meus.”

Da mãe, Helena Guerra, fala com admiração: “Uma das mulheres mais bonitas que conheci, era uma espécie de Sofia Loren. As maquilhagens também ajudavam, ela tinha os olhos muito expressivos. Tem allure, tem uma cara extraordinária. Sente-se quando ela entra num sítio, goste--se ou não, é uma mulher culta, inteligente, conversa bem.” Do pai, o cineasta, realizador de cinema, António-Pedro Vasconcelos, fala mais no presente do que no passado: “Descobri-o tarde. Fui, sem querer, retirada do convívio com ele aos 10 anos. Mas tive a sorte de crescer com um grande senhor que era o Álvaro Guerra [segundo marido de Helena Guerra]. Perguntavam-me: ‘O teu pai?’ E eu: ‘Qual deles?’ Foi um grande privilégio poder receber cartas do meu pai e conviver com o escritor Álvaro Guerra, que foi convidado pelo [Presidente Ramalho] Eanes a abrir a Embaixada de Portugal na Jugoslávia. Sempre vivi com o Álvaro Guerra, os meus pais separaram-se tinha eu seis meses e aos 10 anos estava no Colégio Moderno.”

“Ter filhos saudáveis,
ter saúde, ser independente.
A partir daí,
é arregaçar as mangas.”

“A vida dá muitas voltas”
Responsável pelo casting de inúmeros filmes, Patrícia Vasconcelos resolveu fazer uma surpresa, no dia do casamento, ao seu marido: cantar jazz. Foi tal o sucesso que deu início a uma segunda actividade que agora a levou à gravação de um álbum. A bonita voz de uma mulher com muita garra.